O renomado físico Stephen Hawking fez, há quase uma década, uma previsão ousada sobre o extermínio da humanidade por uma inteligência artificial avançada. A visão apocalíptica foi feita em uma carta enviada ao jornal The Independent, em 2014, muito antes de ChatGPT, Midjourney e outras IAs generativas ganharem os noticiários.
Na época, o gênio afirmou que as IAs seriam “a maior conquista da humanidade até então e possivelmente a última”. Hawking acreditava que os benefícios poderiam ser enormes, mas seria impossível prever as consequências de uma tecnologia tão evoluída — tanto para o lado bom quanto para o ruim.
O documento foi assinado por outros físicos e cientistas, como Max Tegmark, Frank Wilczek e Stuart Russel. O quarteto teceu alguns paralelos com fatos da ficção científica, como em Transcendence - A Revolução, filme estrelado por Johnny Depp e cuja temática gira em torno justamente uma rebelião das máquinas contra seu criador.
IAs seriam destrutivas porque não possuem limites
“Olhando lá na frente, não há limites fundamentais para o que pode ser alcançado: não há lei da física que impeça partículas de serem organizadas em maneiras que possibilitem computações ainda mais avançadas do que as realizadas no cérebro humano”, explicou.O popular cientista lembrou também o ensaio publicado pelo matemático Irving John Good, em 1965, sobre as “máquinas com inteligência super-humana”. Esses robôs poderiam melhorar seu design repetidamente, aprimorando cada vez mais suas funções e desencadeando um conceito chamado singularidade.
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Stephen Hawking acreditava que as IAs seriam a última grande descoberta da humanidade antes do extermínio (Imagem: Reprodução/Intel)
Quase 70 anos depois, essa modelagem é aplicada na maioria dos chatbots e IAs modernas, que jamais deixam de se aperfeiçoar, mesmo que ainda pareçam distante de causar um apocalipse.
Por fim, Hawiking previu que as máquinas poderiam manipular mercados financeiros e seres humanos. Além disso, seriam capazes de desenvolver armas que as pessoas não poderiam controlar e que provavelmente decretarão o fim da espécie. É uma visão bem apocaliptica de futuro que já foi abordada com exaustão por Hollywood em séries e filmes.
Sem interesse em regulamentação e amarras
Hawking ainda ressaltou um problema que se mostra muito atual hoje em dia: a falta de regulamentação do setor de IA. Segundo o pesquisador, pouquíssimas pesquisas eram desenvolvidas em 2014 sobre a mitigação de riscos relacionados à IAs — a maioria feita por pequenos institutos sem orçamento para experimentos em larga escala.“Será que se criássemos inteligência artificial, e essa inteligência decidisse viver, o desejo de viver seria algo irrelevante, pré-programado, mesmo que involuntariamente, ou algo espontâneo a ser respeitado? E o que as máquinas achariam disso?", concluiu Stephen Hawking no longínquo ano de 2014, numa reflexão que lembra a obra Animatrix, das irmãs Lana e Lilly Wachowski.
É incrível como a humanidade está diante dos mesmos dilemas levantados quase uma década antes. Essa reflexão mostra como gênios como Hawking conseguem pensar à frente do seu tempo, mas nem sempre podem agir para evitar uma catástrofe.
Você acha que as IAs trarão o futuro promissor da humanidade ou transformarão a Terra em um local arruinado como em Matrix?
Fonte:
https://canaltech.com.br/inteligencia-artificial/stephen-hawking-previu-o-exterminio-da-humanidade-pela-ia-ha-quase-uma-decada-248942/
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