15 de junho de 2023. Noite chuvosa; passava das 20h quando, sentado diante de meu notebook, imerso em um turbilhão de pensamentos, resolvi voltar ao passado. Não ao passado próximo, mas ao distante. Essa técnica que uso quando estou agitado após um período de trabalho intenso, faz-me um bem imenso. Trata-se de uma catarse.
Comecei a “viajar”, mergulhando no século passado... década de noventa, de oitenta... aqui, vi-me há poucas semanas de ter ingressado no Seminário Arquidiocesano de Maceió, sangrando pela boca, vítima de um edema pulmonar... não, não quero me deter aqui, quero regressar mais no tempo. Vi-me agora no início da década de oitenta, trabalhando no Banco Econômico, rodeados de amigos... mas sinto que ainda não é aqui; quero me encontrar com alguém especial. Década de setenta, vi-me adolescente, descobrindo que não sou mais um menino... Vixe... passa... ainda não é aqui. Estou agora na década de sessenta, eu ainda menino na companhia de um doido que, com um canivete está riscando o meu peito (tórax), dizendo que vai beber o meu sangue... passa, passa que isso me gerou traumas... continuei regressando. Final da década de cinquenta, sentindo falta de ar, sem respirar direito, ouvindo a voz de meus pais e de uma pessoa desconhecida... estou vindo ao mundo... deixando para traz o útero de minha mãe... parto trabalhoso, de risco, estou com o cordão umbilical laçando meu pequeno pescoço... E agora? Sinto que preciso voltar mais além, mas como, se acabei de nascer?
Senti como que uma explosão seguida de um clarão a ponto de me fazer enxergar com dificuldade. Aos poucos, tudo foi se ajustando.
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Colunistas: DIÁLOGOS III – VOVÓ MARIA BARBOSA E EU
LiteraturaPor Pe. José Neto de França 16/06/2023 - 12h 45min Acervo do Autor
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