No mês mais festivo do ano para o povo nordestino, arriscamos conjugar o verbo São Joanar, no presente do indicativo: Eu são joano, Tu são joanas, ele são Joana, nós são joanamos, vós são joanais, eles são joanam.
Já que entramos no clima. Considere a palavra clima aqui, apenas força de expressão. Porque o tempo meteorológico anda muito doido mesmo. Vamos ver o que realmente é, se vivenciar as festas juninas.
Comecemos pela Musicalidade: Luiz Gonzaga eternizou em suas músicas como seria uma noite de São João: “Noites Brasileiras de Zé Dantas e Luiz Gonzaga [1954] “Ai que saudade que eu sinto/ das noites de São João/ das noites tão brasileiras, nas fogueiras/ sob o luar do sertão.” E segue dizendo: “meninos brincando de roda/ velhos soltando balão.” Moços em volta a fogueira brincando com o coração.”. E olha que em 1954 ele já sentia saudade de uma autêntica noite de São João, imagine se ele visse como são as atuais festas juninas.
Outro dia vi na tevê, um repórter falando que esse ano o São João de Caruaru – Pernambuco, um dos centros de maior comemoração dos festejos juninos do nordeste, iria começar a partir do início de maio, até aí tudo bem. E foi mais além disse que ia ter grande variedade de estilo musicais inclusive rock, e outros, como funk e rap. O que será que o “rei do baião” diria se visse tal coisa?
A Culinária junina: Este item vai ter um cereal considerado indispensável nestes festejos: o milho, é dele que nascem as saborosas iguarias: a pamonha, a cangica, o bolo de milho, o milho assado, cozido, a polenta, o cural, o pudim e o mousse de milho, o bolo de fubá. O cuscuz, esse já é um prato presente o ano inteiro na mesa do nordestino. Aí foram acrescentando: a tapioca, o pé-de-moleque, a paçoca. E vem as bebidas destiladas que não podem faltar: o quentão, a aguardente [é substantivo feminino de acordo com o Google.com.br}, a carraspana, pau dentro, e por aí vai.
A Decoração e as indumentárias: A gente sabe que é São João no nordeste porque tudo se “veste” para esta festa: a decoração ganha estampas coloridas e vistosas, e nas roupas o xadrez é indispensável. As bandeirinhas enfeitam os ambientes: supermercados, conveniências, postos de combustíveis, as lojas e departamentos entram no clima, decorando e trajando seus funcionários com chapéus de palha, lenços coloridos no pescoço e fogueiras e balões figurativos enfeitam e remetem aos festejos juninos.
Vale salientar que três tradições juninas vem sendo combatidas ano a ano, por questões ambientais e de saúde pública: a de acender fogueira nas portas das casas, soltar balões e os fogos de artifício pelos estampidos que causam males a, idosos, portadores de doenças e animais.
As danças tradicionais: Nessa época o forró, que de acordo com o Google.com.br é um estilo de dança e também um gênero musical, é imprescindível sua presença nos festejos juninos, também a quadrilha junina, originalmente uma dança européia, que sofreu adaptações. E tanto se popularizou que existem os famosos concursos de quadrilhas estilizadas, que guardadas as proporções, equipara-se aos desfiles das escolas de samba do carnaval carioca. Onde se julga vestimenta, performance, enredo etc.
Sobre o clima das festas juninas: no sentido pejorativo sabemos que não pode faltar forró [música e dança], o grupo musical formado por um sanfoneiro, um zabumbeiro e um triangulista [assim me disse o Google.com.br é como se chama o tocador de triangulo]; quadrilha, inclusive improvisada; comidas típicas; decoração. E a melhor das decorações, a que é feita pelo Criador, que sempre manda, por essa época, chuva, a deixar o sertão verdinho que é uma beleza!
UM POUCO DE HUMOR PRA ENCERRAR
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-E aí Major, no dia dos namorados, o que é que compro pra prender a mulher que eu amo?
-Compre maconha, bote na bolsa dela, e liga pra polícia.
E aí turma, tudo bem? Meu carro ta soltando uma fumaça azul do escape, o que pode ser?
É chá revelação. É menino! kkkk
Eita! Que chegou o tempo de agitar! Nem que seja o vidro de remédio. [ ilustração: um casal de idosos dançando]
Tô aqui pra tudo! Menos pra emprestar dinheiro. Porque além de não pagar, vocês ainda ficam com raiva da gente.
Fabio Campos, 20 de junho de 2024.
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