Acabo de verificar que 21 de julho é data incluída no calendário comemorativo do Rio de Janeiro como o Dia do Dançarino de Salão. De minha parte, considero merecedor de elogio o autor dessa iniciativa transformada em diploma legal.
Faz algum tempo que tratei em crônica do genial Jean-Georges Noverre (1727-1810), professor de dança e coreógrafo francês que revolucionou a dança – tanto a clássica, como a tradicional – difundindo-a pelo o mundo afora.
A dança é uma forma saudável de expressão corporal, de movimentos sequenciados, cadenciados, ritmados, ao som musical. A dança, desde tempos imemoriais, é entretenimento, é lazer. É também exercício físico preconizado na conhecida expressão “mente sã em corpo são”.
Deixemos de lado a dança clássica – de primor artístico e de rigor acadêmico – para tratar aqui da dança tradicional de salão, modalidade de minha predileção.
Não se dança sem música. A dança com seu enleio, com seu exercício corporal dinâmico, será dança de embalo de casais românticos, coladinhos, olho no olho, ao deslizarem nos salões festivos. Dança que me encanta e que me fascina.
A música tem sabor divinal, encanta alma e desperta relembranças, ou saudades dos bons tempos que se passaram. Música é trilha sonora de recordações.
Disse Beethoven: “A música é o vínculo que une a vida do espírito à vida dos sentidos.” Também disse o maestro Júlio Medaglia:“A música vai direto à alma. Música é feitiço.”
De vez em quando, envio ao colega Dennison Mendonça Dantas, aposentado do Banco do Brasil e morador aqui em Maceió, vídeos de belíssimos shows musicais, alguns de cantores românticos do passado. Quando tomei posse no BB em Santana do Ipanema já o encontrei, ali, trabalhando, aprovado que fora no concurso realizado, anterior ao meu. Trata-se de pessoa boníssima, de boa conversa, pai de família exemplar. Ao agradecer o recebimento dos vídeos, o colega Dennison, em tom saudoso, não deixa de recordar os bailes do Tênis Clube Santanense, em Santana do Ipanema.
Então ele me diz: “Que bons tempos aqueles!”.
Sempre gostei de dançar. Nesses bailes, principalmente nos das festas da padroeira da cidade, ficava eu a observar os bons dançarinos rodopiando no salão. Lembro-me, por exemplo, de Leonardo Farias (irmão de João Farias Filho) e esposa, santanenses moradores no Recife, que dançavam com passos diferentes (de lado ou enlaçando a dama), passos de academia de dança. Igualmente, observava os passos elegantes de “Luís do Praça”, pernambucano, à época (1958 ou 1959) atleta campeão do Ipanema.
De ambos os dançarinos, aprendi alguns passos, dos quais nunca esqueci. Em Maceió, depois de aulas na academia de dança do professor Ary Buarque, andei aprimorando-os, e continuo a usá-los em bailes, festas e boates.
“Dançar é fácil. Difícil é dançar bem”, como disse a dançarina Carlota Portela. Para mim, dançar será sempre um prazeroso aprendizado.
Maceió, fevereiro de 2021.
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