Antonio Machado
No mundo que passa com pressa, quase não deixa espaço para se perceber as novas técnicas que emergem a cada dia da tecnologia que avança e domina o mundo nos mais variados aspectos que o homem cria isto é inegável, mas às vezes, a tecnologia de ponta, aponta, para uma direção que nem sempre é bem vista pelo povão. A seca está instalada de cama e mesa na casa do sertanejo, e mais, sem pressa nem prazo para sair, e as suas agudas conseqüências já começam a ser sentidas, não é necessário ser engenheiro agrícola, agrônomo ou mesmo mestre em desenvolvimento sustentável, para compreender a agrura do rurícola, do homem do campo, haja vista o melhor do sertão, ainda ser o sertanejo, que não quer esmolas, nem carro pipa furado, muito menos paliativos emergenciais, mas uma política direcionada para o sertão que venha beneficiar o homem do campo, onde ele possa viver e conviver com a seca, dentro de um plano de convivência no semi-árido sertanejo.
Não é necessário se sobrevoar áreas atingidas pela estiagem, nem se fazer reuniões com gestores públicos, para se formar frentes e comitês de seca, isto faz parte de uma política retrógrada, tudo já deve estar pronto, o sertanejo, não precisa de discursos falaciosos, mormente, agora que se vivencia um ano político, ele precisa é de ação imediata, de água que gera vida e mate a sede dele e sua família. O gado morrendo por falta de ração, a bacia leiteira do estado que o diga, está sofrendo as drásticas conseqüências da falta de uma política voltada para a região. Até “bolsa de estiagem, as bolsas ind Brasil Dilma” já estão engendrando, deve ser mais das bolsas, para o sertanejo cair dentro e acabar de morrer de sede e fome. E as famosas cisternas? E pasme, meu leitor, agora o sertão está sendo contemplado com as famosas cisternas laite, de polietileno, que o sertanejo sequer diz o nome, simplesmente para atender os caprichos de uma multinacional, do México. A temperatura esquenta a água e o sertanejo não gosta e nem quer esse tipo de cisterna, que ele chama de plástico, mas a de alvenaria, por uma razão justa e lógica, na sua instalação, o sertanejo trabalha no feitio dos blocos, na sua construção com as placas, ganha um certo dinheiro para sua sobrevivência e sua família, e tem por fim um produto melhor e de boa qualidade com uma durabilidade bem maior, além de ser bem aceita, pela comunidade, se demora mais para se construir e instalar a cisterna de alvenaria, chega-se a mais de dez dias, mas é compensável, enquanto as de plásticos, ou polietileno, em apenas, quatro ou cinco horas de trabalho, tem-se uma pronta, mas todo custo e recursos passa direto para a fábrica, a multinacional, e o sertanejo engole goela abaixo, porque os planos para o homem do campo, são feitos de cima para baixo, nos frios gabinetes longe da tecnologia do sertanejo, que mais uma vez vai perder na questão, contentando-se apenas com uma cisterna de plástico, que pode até durar enquanto a seca existir também, é uma emergência laite, onde o sertanejo, ganha, mas não leva. Os presidentes das associações comunitárias, sindicatos lideres rurais estão tentando reverter esse quadro, preferindo a cisterna de alvenaria, a de polietileno, atendendo assim os reclamos do povo sofrido do sertão. Precisa-se dar condição de melhor nível de vida ao povo, mas isto só pode ocorrer com a ajuda, e apoio dos governantes, e também com a conivência com o próprio povo, fazendo-o gerir com seu trabalho sua condição de sobrevivência, assim escreveu o saudoso D. Fernando Iório” quem se alimenta com a miséria do povo e não faz o povo sonhar a certeza da vitória, não passa de um intelectual falido.”
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