Nasceu há uns 50 anos em São Braz (Al), na beira do Rio São Francisco onde seu pai, Pedro Aquino, membro da briosa Polícia Militar de Alagoas, destacava. Mas em tenra idade, como na música do velho Lua, “ao contrário do rio, nadando contra as águas” foi bater lá em cima, em Santana do Ipanema, também em Alagoas e também banhada por um rio, o Ipanema – afluente do Velho Chico. Para quem queria entender a teimosia de nosso biografado fica aí a dica. Mesmo retirante continuou Raimundo o que nunca deixaria de ser: um beiradeiro (ou “bèradêro” como se diz no sertão) termo que aqui se usa na acepção de pessoa afeita às dificuldades e aos desafios.
Em Santana, debaixo da asa de Nossa Senhora Santana, virou pelanco e, precoce, criou penas e chegou a galo sem passar pela fase de frango. Toda a sua infância e juventude ali passou aos cuidados da mãe, Sita Gomes, e, por menos tempo, sob a mira severa do Major Pedro Aquino que além do menino Raimundo tinha que “coidadar” do mais da prole, composta principalmente de mulheres. E criar “filha mulher” naqueles tempos…
Estudou o que tinha de estudar como menino e rapaz lá mesmo na ribeira do Panema amparado pelas irmãs – o Major partiu antes do tempo e o único irmão foi para o sul rapaz ainda – todas inteligentes e professoras. O trabalho foi seu dote desde rapazinho, trabalhando na casa “O Ferrageiro”, cujo proprietário – Bartolomeu Barros (e esse nome deve ser escrito em letras graúdas na biografia de Raimundo) – foi, além de tio por afinidade, um segundo pai, que depois viria a recebê-lo na Maçonaria.
Mudou de rumo em janeiro de 1983, ingressando no corpo funcional do Banco do Brasil, na cidade de Poço das Trincheiras. Ali se “engaiou” por sete longos anos, talvez para não sair da beira do Panema. Casou em 1987 com santa Lúcia Maria Vieira que assumiu o “Aquino” para dar maior lustre a essa família que, segundo Graciliano Ramos, se enrama nas mais ilustres da história do Nordeste brasileiro. Mas essa nobre estirpe não vem ao caso agora. Quem veio ao caso foi Pedro, foi Isis e foi Rodrigo, frutos do enlace de Raimundo e Lúcia. Lá pelos idos de 90 e tarará resolveu deixar o velho Poço e veio para Maceió para formar os filhos e se formar Administrador de Empresas. Conseguiu. No Banco foi quase tudo (não chegou a presidente, ainda) em carreira profícua e honrada. Diz de boca cheira que se aposenta ano que vem. Veremos…
E na Maçonaria?
Chegou em 08 de outubro de 1988 pela Augusta, Respeitável e Benfeitora Loja Maçônica “Amor à Verdade” nº 1895, de Santana do Ipanema, sua terra de adoção e de coração. Subiu o segundo degrau em 1º de maio de 1989 e atingiu a plenitude em 05 de abril de 1990. Foi instalado Venerável em 28 de maio de 2011. Nesse périplo passou por todos os cargos mas gosta mesmo é de ser Vigilante. Vigilante da ritualística, da disciplina, da harmonia, dos rituais, dos princípios da Ordem, do clima de paz e de harmonia em loja. Militou na “Amor à Verdade” com proveito até se transferir para Maceió, onde se integrou aos quadros da “Lafayette Bello” nº 2022 e ali continua até hoje, sempre somando, juntando, unindo, brigando como “cachorro doido” pelo engrandecimento da loja e da Ordem. Em 2010 alistou-se entre os fundadores da ARLS “Alexandria”, em Maceió, Loja que vem restabelecer o Rito Adonhiramita em Alagoas depois de décadas adormecido. Parece ser de confiança naquela Oficina, uma vez que lhe deram o cargo de Tesoureiro. Na “Lafayette Bello” é atualmente Venerável e nessa posição alcançou a graça que milhões de maçons pedem a Deus: empunhou malhete e espada e recebeu um filho Aprendiz Maçom. Pedro iniciou – ou foi pelo pai recebido Maçom – em 24 de novembro de 2011. Agora em novembro de 2012 Raimundo Aquino ainda será o Venerável e aplicará nova bateria sobre Pedro, elevando-o ao segundo grau. Em Maio de 2013 ainda lá estará para conferir a plenitude maçônica a seu primogênito. “E viu Deus que isso é bom” (Gênesis 1,10).
Trabalhando atualmente fora de Maceió, em tempo integral, Raimundo Aquino ainda reúne tempo e disposição para visitar lojas 3 ou 4 vezes por semana em Maceió, em Penedo, em São Miguel dos Campos, em Marechal Deodoro e alhures, sem prejuízo de sua Lafayette. Como arruma tempo para compor o Conselho Estadual da Ordem do GOB-AL? Sabe Deus!
Será um obreiro “útil e dedicado” enquanto Deus o mantiver entre nós. E esperamos que aqui o mantenha por longos e dilatados anos.
Texto escrito em 2014
O Grande Arquiteto do Universo neste sábado o chamou. Está precisando dele! (Nota da Redação)
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