Tempo é um dos fatores determinantes entre o rápido diagnóstico e a possível cura de diversas patologias. Em casos de doenças neurológicas infecciosas, como a meningite e a encefalite, tempo e urgência se correspondem, pois a busca rápida pelo devido atendimento médico pode aumentar a oportunidade de uma recuperação completa, ou diminuir as chances de sequelas e morte.
Febre, dor de cabeça persistente, convulsões sem causa aparente, sonolência, dormência, e rigidez na nuca são alguns dos sintomas que podem indicar a presença de um agente infeccioso no cérebro. “Meningite e encefalite são emergências médicas. Uma vez suspeitadas é preciso confirmar ou excluir esse diagnóstico para iniciar o tratamento imediato”, alerta a neurologista clínica da Santa Casa de Maceió, Clécida Rebouças.
O diagnóstico das duas patologias é feito com punção lombar, quando é feita a análise laboratorial do líquor, líquido cefalorraqueano que reveste o cérebro e a região lombar e que é afetado nas duas situações. Além disso, a tomografia também é requisitada para casos de meningite. Nos casos de encefalites não é possível ver as lesões nesse exame, então o paciente precisa de uma ressonância de crânio.
“A tomografia é importante para avaliar se há abcessos, que, às vezes, são complicações da meningite. Ela também mostra se há fístula (lesão onde há saída do líquor do sistema ventricular cerebral), complicações ósseas que permitam a entrada de germes no sistema nervoso central, ou outras doenças que possam ser confundidas com meningite”, disse a especialista.
O diagnóstico tardio da meningite pode trazer sequelas muito graves, desde a perda auditiva, déficit cognitivo, epilepsia secundária, ou perda de visão. Pessoas imunossuprimidas que tenham alguma doença de base, como HIV, as que precisam usar corticoide ou outra droga imunossupressora para controlar doenças reumatológica, ou que tenham passado por transplante renal, sejam idosos ou crianças são mais suscetíveis à doenças infecciosas do sistema nervoso central.
“A Santa Casa de Maceió possui todo o arsenal necessário de suporte. Temos a UTI Neurológica com equipe altamente competente e que oferece apoio laboratorial especializado para análise do líquor e identificar não apenas a doença, mas qual o germe, bactéria, protozoário, parasita, vírus ou fungo pode estar levando à infecção. O hospital também dispõe da equipe de radiologia (exames de imagens), neurologistas clínicos e cirúrgicos, emergencistas e profissionais especializados de enfermagem”, destacou Clécida Rebouças.
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