LEMBRANÇA DOS MEUS PAIS

Crônicas

Por Alberto Rostand Lanverly Presidente da Academia Alagoana de Letras

Nos últimos anos, o Natal, com suas luzes brilhantes e o calor das celebrações, para mim, traz consigo a sombra da saudade, por tratar-se de época para reunir a família, compartilhar sorrisos e histórias, mas também de sentir profundamente a ausência daqueles que amamos e que já não estão fisicamente conosco.

Sempre encarei o tempo de Papai Noel, como temporada de magia que ganhava vida na faceirice dos meus pais, pois era em seus gestos simples, mas cheios de amor, que o verdadeiro significado do período se revelava.

O cuidado em preparar cada detalhe, o carinho nos olhares e a alegria contagiante que enchia a casa, tudo isso era o reflexo de um afeto eterno que se fazia presente em cada canto.

A saudade é como brasa que aquece e também arde. Mas talvez o Natal seja a oportunidade de transformar essa chama em luz, relembrando momentos compartilhados com gratidão.

Celebrar a vida daqueles que partiram é, de certa forma, mantê-los vivos em nossos corações, perpetuando a ternura que eles nos ensinaram, como um eco que sussurra entre encantos e memórias que se enfeitam de brilho.

Agora, na ausência deles, o Natal tem outro sabor. É doce pelas lembranças, mas também traz pitadas amargas de nostalgia, levando-me a sentir falta dos abraços calorosos, da maneira como remodelavam qualquer momento simples em algo especial, através de bondade, conselhos e do jeito único com que sabiam confraternizar, fazendo-me sentir que o mundo era seguro enquanto estávamos juntos.

Nessa época, enquanto olho para o céu iluminado pelas estrelas, gosto de pensar que de algum lugar, eles estão alegres, compartilhando esse momento comigo.

A saudade dói, é verdade, mas é também a prova de que fui abençoado por um amor tão grande que continua a me abraçar, mesmo na distância.

Hoje as imagens de Rostand e Marlene Lanverly, vibram nas paredes do meu coração, como música que o tempo não apaga, levando meus olhos entre as luzes piscantes, a revê-los como reflexo de quem foi lar, porto seguro, e sempre serão a essência do meu Natal, guardiões das reminiscências mais preciosas e fonte inesgotável do mais puro dos sentimentos, que nunca terá fim.

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