Hoje tive o privilégio de encontrar o santanense Dr. José Marques Vasconcelos Filho para um bom papo literário e entrega do nosso novo livo EU LITERATO =- Volume 1. Na oportunidade Dr. José Marques viu no índice o título da cronica SOLDADO ROMANO FELA DA P… dai mostrou um texto escrito por ele em agosto de 2010 que reproduzimos a seguir. Boas lembranças. (José Malta Fontes Neto)
Esse texto fiz para homenagear algumas figuras ilustres lá de minha cidade: Santana do Ipanema. Pessoas que mesmo morando longe da terrinha são apaixonados pelo sertão e por Alagoas.
Reminus Basctávius XXV, mais conhecido como Remi Bastos, era uma pacata criança romana que tinha um sonho, queria ser astronauta… Na realidade, ele sonhava em morar na lua e ficar longe de todos os grandalhões da escola que todos os dias roubavam seu sanduiche de mortadela com rapadura e ovo de pata e ainda lhe davam umas bofetadas para deixá-lo mais animado com a idéia de que morar na lua seria uma ótima opção.
O pequeno Remi nunca foi de briga, ele era um menino romântico, que adorava escrever poemas, dizem que ele fez o seu primeiro poema quando ainda estava no ventre de sua mãe, mas que ninguém sabe ao certo o conteúdo do poema, suspeita-se que seja esse:
“Glub, glub glub.
Glub, glub, glub glub,
Glub, glub, glub, glub.”
Nosso herói tinha um grande amigo, João Nero do Mato, ele também não era dos mais normais, tinha o sonho de ser o goleiro do time local, já que era maior que os demais e se destacava com a sua agilidade e de montar uma banda com o nome de “Os Canarinhos de Roma”, o problema era que João nunca teve uma boa voz para o canto e ainda tinha o apelido de João do Mato a voz do Trovão.
Um belo dia os dois amigos estavam brincado com suas bolinhas de barro, vulgo ximbra, em frente ao Grande Templo do deus Urano, no centro de Roma, quando de repente:
– Duvido você acertar a minha ximbra que está nos pés de Urano! Disse João desafiando o então míope Remi.
– Pois presta bem atenção, que essa tua ximbra velha vai ser partida em duas! – Disse Remi, com os olhos fechados e jogando a ximbra pro alto e em direção a estátua de Urano.
– AGORA LASCOU TUDO! Gritou João.
Quando Remi ouviu o grito de João abriu os olhos e já queria cantar sua vitória, quando olhou e viu um senhor caído próximo a ximbra de João, com as mãos na cabeça e reclamando da sabogada que acabará de levar na testa.
– Caramba! Remi, você acertou a cabeça do sacerdote Capiaus! Disse João com uma cara de espanto!
O sacerdote Capiaus era o mais respeitado entre os sacerdotes de Templo de Urano, era conhecido por sua grande sabedoria e seu dom em contar piada sem graça e entornar a Novo Rumo.
Capiaus se levantou, sacudiu a sua túnica branca com bordados dourados e apanhou o seu chapéu de couro de cabra, que ganhara pessoalmente do imperador Cesar. Coçando a sua barba branca, olhou para os meninos assustados, fitou Remi e gritou:
– CÊ TÁ CEGO, SEU FIO DUMA ÉGUA?
– Desculpa, Capiaus, eu queria acertar a ximbra do João e acabei acertando o senhor! Disse Remi com a cabeça baixa.
– Mas é muléstia mermo! – E com um grande cascudo Capiaus acertou bem o meio da cabeça de Remi. Virando rapidamente acertou outro cascudo na cabeça do João, que como todo bom amigo estava se mijando rir, literalmente.
– Toma cê também, seu mijão! – Capiaus, estava, muito bravo e para completar sentenciou os pobres meninos: – Vou agora falar com os pais de ocês, já ta na hora dos dois entrarem na academia militar e lutar por Roma!
Assim acabava o sonho de Remi em ir morar na lua e de seu amigo João ser o goleiro e montar a banda “Os Canarinhos de Roma”.
José Marques
11 de agosto de 2010.
Remi – As aventuras de um Soldado Romano
CrônicasPor Dr. José Marques Vasconcelos Filho 03/10/2024 - 12h 55min
Comentários