BANCO NACIONAL

Crônicas

Por Jeno OLiveira

Imagine o cenário: um Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que, em 2018, parecia ser o retrato de uma era de descontrole financeiro e ineficiência, como também eram os Correios e outras tantas empresas estatais. Inclusive, para minha tristeza e tristeza de milhares de brasileiros, li a notícia que saiu no Estadão: correios assumem dívida de 7,6 bilhões para socorrer o postalis de prejuízos, seu próprio fundo de pensão. É aquela história a que se referia Ronald Reagan, ex-presidente dos Estados Unidos da America: quando uma empresa gasta mais do que arrecada, ela vai à falência; quando o governo faz o mesmo, ele te manda a conta. Ou seja, do povo para o povo, o ônus do povo. Que coisa estupida, ridícula e impensada.

Voltando para o BNDES e avançando para 2019, o banco teve um aumento de 164% em seus lucros, como se estivesse abrindo os olhos depois de um longo pesadelo. A reviravolta continuou em 2020 e 2021 – apesar da pandemia - com um crescimento de 65% nos lucros. E então, em 2022, o BNDES alcançou o que muitos poderiam considerar o ápice da recuperação: um lucro recorde de R$ 12,5 bilhões, um aumento de 46,2% em relação ao ano anterior.

O que antes parecia ser uma máquina de drenagem de recursos, agora se transformava em um farol de transparência e eficiência. Quem diria? O governo, liderado por Jair Bolsonaro – goste-se dele ou não - abraçou uma nova abordagem: colocar o Estado a serviço dos brasileiros, adotando um conceito que parecia quase alienígena em uma era de excessiva intervenção, centralização e favoritismo. Mas, como toda reviravolta política, esta também tem suas nuances. A crítica persiste, observando que, antes do governo que ficou para trás, o foco do Brasil estava em financiar regimes estrangeiros, frequentemente vinculados a ideologias vermelhas, enquanto o país lutava para equilibrar suas próprias contas. O julgamento sugere que os recursos eram desviados para projetos que sustentavam regimes alheios, enquanto faltavam e ainda falta água tratada, saneamento básico, fraudas geriátricas e remédios para quimioterapia nos postos de saúde.

A narrativa das estatais é um espetáculo à parte. Menos de uma década atrás, o panorama global dessas empresas era sombrio, repleto de prejuízos bilionários e operações ineficazes. No entanto, o cenário se transformou de forma impressionante no governo do presidente que fala grosso e por vezes impropérios. Em 2019, as estatais registraram um lucro global de mais de R$ 109 bilhões. E, para completar o círculo virtuoso, 2022 encerrou com um lucro mais que o dobro do valor obtido em 2019. Um feito que, se nada mais, demonstra a capacidade de recuperação e adaptação das estatais brasileiras – que na minha opinião – sequer deveriam existir, pois até o mais leigo dos leigos sabem que o que beneficia o consumidor é a concorrência, oferecendo melhores produtos, serviços e preços.

Portanto, a história do BNDES e das estatais, em sua essência, é uma crônica de reabilitação e de recaída. É um lembrete de como o dinheiro dos pagadores de impostos, quando administrado com transparência e eficiência, pode transformar um retrato de fracasso em um emblema de sucesso. Quando algo que, na sua origem foi criada para não funcionar e funciona, temos que realmente rememorizar e comemorar. O problema é que esta comemoração só dura até o final dessas linhas.

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