INCURSÃO NOTURNA

Poesias

Por José Geraldo Marques

Entrei na noite áspera e fria
Como quem faz uma cópia de simesmo
A lua também era uma cópia
E as estrelas copiavam-se em segredo

Caminhei cambaleante e bêbado
Não de álcool mas dos desejos
Em pretéritos d'alma reprimidos

Da aurora eu só continha medos
Por isso escutaste meu suspiro
Sedento do teu sangue euvampiro
Afiava com amor caninos beijos

Porém ao procurar-te
eu te perdia
E ao perder-te em mim reencontrava
A lua que desluarada se tornava
E as estrelas que uma a uma desistiam-se

Pois não era mesmo cópia de mim
Aquele ser que caminhava
Na áspera noite ausente dos teus beijos
Era eumesmo aquele ser cambaleante
A constatar na incursão errante
Ter sido sempre
O vampiro de
de simesmo

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