Os teus dias foram sucedidos por correntezas e burburinhos.
Choraste no deserto do teu leito,
Assim como eu chorei na agonia da tua dor.
Sorriste com as tuas águas mansas e volúveis
E te calaste na moldura da tristura
Que os dias desenharam para ti.
Foste um mendigo adormecido na solidão da seca,
E um abastado na formosura repentina das tuas cheias.
Meu Rio Ipanema, a tua história faz parte da nossa história,
Saciaste nossa sede na esperança do afloramento de tuas águas,
Nas cacimbas confeccionadas em tuas areias.
Cresci ouvindo os ribeirinhos gritarem ao longo de tuas margens,
“O Panema” vem com água!
E, aquele Rio Seco, transformava a sua aparência de tristeza,
Em um mar de felicidades,
Onde os banhos e as pescarias teciam festas em tuas águas.
Remi Bastos,
Aracaju, 15/03/2021.
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