Pois, vendo uma fotografia de concluintes do Ginásio Santana do meu tempo, lembrei-me de fato interessante. O nosso fardamento era tipo militar. Roupa cáqui. Calça cáqui mesmo, de polícia. Camisa cáqui, tipo cáqui Henrique, que era mais fino e maleável, de mangas compridas.
A calça cáqui tinha um friso azul nas laterais. Além disso, uma gravata preta e um casquete também de cor cáqui. Ora, para falar a verdade, esse fardamento não era feio e mostrava-se até elegante. Comecei a ver isso a partir da quinta série. Ora, com o tempo nós alunos fomos fazendo revolução. “Ninguém aqui é do Exército, não queremos mais casquete. Casquete foi abolido. Mais à frente: “Não somos cobradores de ônibus, não queremos mais gravatas. Gravata foi abolida.
Mais à frente ainda: “O calor é grande, não queremos mais manga comprida”. Manga comprida foi abolida. De novo mais à frente: “Não somos da polícia, não queremos mais camisa cáqui.
Camisa cáqui abolida. Passa a ser camisa branca, fechada, mangas curtas. E por fim eliminamos a calça cáqui. Voltamos à “vida civil”. Que escola maravilhosa! E os diretores foram se sucedendo. João Yoyô, Alberto Agra, Eraldo Bulhões, padre José Augusto, Juiz Tavarinho, Adelson Isaac de Miranda, Dr. Walter Guimarães. E assim sucessivamente – como dizia o prof. Ernande Brandão – não pela ordem exata. Já pela parte das mulheres, sei apenas dizer que o traje era blusa branca e saia azul-marinho plissada. Muito na frente houve mudança, mas não dá para lembrar como ficou. Mas também as meninas ficavam muito elegantes.
Sempre que chegava ao fim de um ano, as turmas das antigas quartas séries, trabalhavam para o baile de formatura ou por uma excursão, como a nossa que foi à Fortaleza pelo litoral e voltou pelo interior. O Ginásio Santana da minha época de aluno era uma das melhores escolas de Alagoas, reconhecida pela própria capital. Agora, tem também a parte humorística com várias passagens registradas na mente dos hoje cabeças brancas.
Atualmente a arquitetura do Ginásio Santana ainda impressiona porque todos souberam preservar o que era possível. É assim que o antigo casarão de 1938, construído para ser hospital, virou quartel de polícia e depois escola poderosa.
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