E você saberia o que fazer depois de uma década aproximadamente fora da sala de aula? E voltar as classes num grupo de WhatsApp, por telefone, videochamada… num período da história da educação tão complexo, seria possível auxiliar os alunos em algo?
Aí acho que me perguntei tantas vezes, que a resposta veio no relato de prática da Olimpíada de Língua Portuguesa , a qual tive o privilégio de participar como professora ao menos uma vez antes de me despedir da sala de aula (já que falta pouco para aposentadoria).
Sou daquelas pessoas que nunca vê uma oportunidade como castigo, deve ser por isso que incomodo às vezes, deve ser por isso que não me abalam as palavras duras que ouço dos que não calçam as minhas sandálias para caminhar comigo e entender meu modo de pensar, nesses anos na educação, aprendi a ver como oportunidade cada um dos momentos e respeitar o momento de cada um que me respeita.
E respeitei a escola, meus alunos e a família deles que me ajudou a compor as páginas de um relato de prática que não consigo ler sem chorar, que me mostra que da minha aldeia vejo todas as aldeias do mundo e que apresenta os caminhos por onde caminhei em seis meses de experiência no ensino remoto.
A sala de aula é o lugar que a educação acontece, é o lugar onde o sonho começa, é ali que cada objetivo é definido. Jamais seria para mim castigo, é, e sempre será experiência.
Saio daqui fortalecida e podendo dizer que compreendo como cada professor ou professora se sente após um ano e meio fora da escola. Posso dizer o que funciona, posso dizer o que não funcionou, e principalmente posso continuar levando minha alegria por onde for.
E agora, o que é que eu faço? COMEMORO com a minha turma do 5* ano do povoado São Marcos, o lugar onde quase todos vivem e de onde conseguem ver todos os lugares do mundo. Assim como eu!
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