Crônica para ser lida antes que a aula comece: Literatura santanense na Base Curricular da Rede Municipal de Ensino de Santana do Ipanema

Crônicas

M. Ricardo-Almeida

https://www.unicv.edu.cv/faed/noticias-faed/1735-mestrado-em-ciencias-da-educacao-esta-com-inscricoes-abertas-ate-20-de-novembro

Motive-se geração de leitores e de escritores, porque longe se vai quando se
sabe. Ouve-se falar que, em conversas, chega-se ao entendimento. Aluno que lê
literatura vai mais longe se comparado ao que não lê.

Leitura como centro copernicano na escola formal. Conhecimento encontra-se
na experiência, esta está em leituras. E a literatura santanense, no programa oficial
que norteia a Base Curricular da Rede Municipal de Ensino de Santana do Ipanema,
possui relação aos conteúdos na área de conhecimento de disciplinas no conjunto
de aprendizagens selecionadas para o Ensino Fundamental.

Literatura sugere (no aspecto significante), a reportagem mostra (significado);
como a escola que ensina, a aprendizagem se põe à prova. O que se fala nas ruas
difere do que se fala em salas de aula, na escola. Temas de aula se comprovam ou
se rechaçam; as hipóteses, que sempre são tantas, como se sabe, são corroboradas
ou desacreditadas, como se veem acontecendo no cotidiano escolar.

Hipóteses precedem aos fatos, embora se descubra em Hegel (1770-1831)
haver argumentos contra os fatos e, assim, nem todos os fatos são imunes aos
argumentos. Na cultura multifacetada, a vida escolar é diariamente construída.

Na base curricular de ensino, o que se estabelece ocorre como paradigma
que se transforma. O protagonismo de um que substitui o protagonismo de outro.
Na paleta de modelos pedagógicos busca-se organizar o conhecimento. E,
como se diz, facilitar à aprendizagem (em outro aspecto: zelar pela aprendizagem do
aluno).

Há alguma responsabilidade dos professores na construção do currículo e
não apenas no planejamento escolar. Aula não avaliada distancia-se da finalidade.
Base curricular da rede municipal, por exemplo, não se completa quando
distante da realidade daqueles que integram a comunidade. As aprendências se
expandem, não porque a aprendizagem é paralela com a multidisciplinaridade, a
aprendizagem amplia-se e integra-se com a interdisciplinaridade e aumenta com a
aprendizagem quando em diferentes áreas (na multidisciplinaridade).

Fundamental à memória do município no sertão alagoano, a todos na escola
ou fora dela, encontra-se no aspecto simbólico do epíteto de Santana do Ipanema:
Terra de Escritores; isto qualificação o lugar. E a literatura santanense, como objeto
de estudo nas escolas, motiva à leitura e à escrita.

Não é o que está nos programas oficiais: o desenvolvimento da capacidade
de aprender tem como meios básicos o pleno domínio da leitura e da escrita? A
escola se constrói na dialética pedagógica e não na pedagogia hamletiana.

Escolas não carecem de professores, escolas carecem de pensadores que
reinventem a educação formal sistematizada. Pensar que apresente hipóteses e
fundamente ideias submetendo-as a crítica de outros na comunidade escolar.

Mundo da literatura é planeta apartado do mundo de regras gramaticais, e só
alcança um quando se convive em harmonia com outros. Língua transita na criação
literária no mundo dos gramáticos e nas vozes das ruas, nos sons geracionais, nas
vozes rurais (mundos distintamente entendíveis nesse multiverso que é a língua).

Escola é perene construção pedagógica da língua que convive em diferentes
mundos literários. É a escola quem nega achismo, por ser o lugar da escola o lugar
de ciências, construindo bases cientificamente comprobatórias. Ajuda a construir os
caminhos motivando alunos a caminharem e, assim, alcançarem outros mundos.

Nesta crônica para ser lida antes que a aula comece: Literatura santanense,
na Base Curricular da Rede Municipal de Ensino de Santana do Ipanema, no plano
de conteúdos trabalhados pedagogicamente na escola. Motive-se nova geração de
leitores e de escritores no município e as novas gerações quiçá agradeçam.

M. Ricardo-Almeida

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