NAMORADOS POR TODO O RESTO DOS TEMPOS

Crônicas

Por Alberto Rostand Lanverly - Presidente da Academia Alagoana de Letras

Outro dia escutei duas jovens senhoras conversando sobre a vida a dois, que para elas não era nada fácil. Uma delas comentava sempre haver sonhado que teria um príncipe encantado como marido, mas quando finalmente casou, descobriu com pouco tempo ser a realidade bem diversa, pois o seu companheiro, rapidamente se transformou em um sapo daqueles das estórias de trancoso.

Por outro lado a amiga, completou: “imagine eu, pensei que estava tornando-me esposa de um Brad Pitt e facilmente descobri haver casado com um pit bull, enganei-me ao imaginar, que meu marido seria sempre o Tom Cruise e nunca o cruz-credo personificado”.

Pensei em mim e fiquei feliz, pois hoje após tantos anos junto com a minha namorada, lembrei quando ainda bem jovem, mesmo na companhia de amigos, sentia-me sozinho. Em uma festa com centenas de pessoas, também nutria o isolamento, pois desde então acostumara-me com a sua companhia, seu sorriso e conversas.

E aos poucos a importância daquela garotinha em minha vida, que conheci quando tinha somente quatorze anos de idade, cresceu imensamente, chegando a me dar forças para conseguir tudo de bom em minha caminhada, até para respirar.

E ela, sem dúvidas é e sempre foi a parte de mim que não está em mim, mas guardada nela própria. Diariamente tenho urgência dela e do seu carinho, para me salvar das situações movediças muitas vezes por mim mesmo criadas.

Voltando no tempo, fico feliz em ter tido a coragem de inventar nosso primeiro encontro, em haver lhe pedido uma foto três por quatro para guardá-la em minha carteira, pois desde então nutria a certeza do imenso amor, até então desconhecido, que poderia brotar entre nós dois.

Recordo-me da noite em que nos casamos, chovia muito em Maceió, mas a capela do Colégio Santíssimo Sacramento, onde estudamos e nos conhecemos, estava belíssima. Eu estava lá ao lado dos meus pais, à espera da noiva mais linda do mundo quando escutei o seguinte diálogo acontecido entre uma mãe e seu filho Jesualdo, badalado personagem de aventuras nos dias atuais.

– Mamãe! Por que toda noiva se veste de branco?
– Porque é o dia mais feliz da vida dela! – respondeu a genitora.
– Entendi… E por que o noivo se veste de preto?
– Cala a boca Jesualdo!

Nunca esqueci tal conversação, mas pouco me importei com o seu teor, independentemente da cor da roupa por mim usada, pois desde então, sem pressa, já a adorava de todas as maneiras possíveis, da mesma forma que ainda hoje ainda lhe quero, pois a alegria de tê-la comigo nos áureos tempos da nossa juventude, é a mesma que nutro quando juntos passeamos em companhia dos seis netos a nós presentados por Deus.

Atualmente, eu só quero ficar ao seu lado, te abraçar forte, sentir o seu coração perto do meu, e permanecer nesse estado por todo o resto dos tempos.

Hoje, ofereço este texto a todos os que amam, principalmente a Ana Lanverly, minha eterna namorada.

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