SANTANA REVISITADA

Poesias

Por José Geraldo W. Marques

Noite fria: junho
No coração acendo uma fogueira
De São João
Não é mais Santana do Ipanema
Nem há mais balão
Há apenas
Uma lua merencoria
A declamar um poema
E uma chuva fina
A cantar uma canção

Saio em busca da infância
Nas ladeiras de Santana acontecida
E escuto D. Alzira
Bela e negra como a noite
Tocando acordeão
E Zé Panta
Negro enluarado
Tocando violão..

Na janela de casa
Meu pai ainda pega na minha mão
E com um pouco de brasa
Incendiamos a rua
Com fogos de artifício
Chamados chuvinha
E vulcão!

Menino da Cruzada Eucarística
Sou o noivo na quadrilha matuta
Sob a severa batuta
Da Tia Marina
Braços dados com a menina
Que roubou, que roubou
Meu sertanejo coração!

Na fogueira hoje acesa
Dançam versos ao luar
E na alma sertaneja
Dá vontade chorar...

Choro ou não choro?
Eis-me em questão...

E viva São João!!!!!

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