Noé quando fez a arca,
Em obediência a Deus
Convocou os filhos seus
Cam, Sem e Jafé,
E depois falou Noé
Conforme Deus ordenou,
Vão buscar os animais
No mar, na terra e no cais,
Tragam todos que puder
Mas só não tragam mulher
Porque aqui tem demais.
Está escrito no Pentateuco
Noé, Filho de Lameque,
Tomou seu primeiro pileque
No Bar de Matusalém,
Depois convidou alguém
Pra fazer parte da mesa,
E já na hora da ceia
Apareceu Tonho Baleia
Que cumprimentou Noé,
Dizendo hoje eu vou tomar mé
Nem que a coisa fique feia.
Tonho Baleia entrou na Arca
Junto com os animais,
Noé veio logo atrás
Fazendo rejuntamento,
O último foi o jumento
A entrar na embarcação,
E depois de tudo arrumado
Partiram pro ignorado
Rumo ao desconhecido,
Mas, Tonho Baleia sabido
Entrou na arca lotado.
Seguia a arca da vida
Debaixo de muita chuva,
E logo na primeira curva
Pertinho do Batatal,
Tonho matou um pardal
Pra fazer um tira gosto,
Noé sentindo desgosto
Resolveu tomar um trago,
E Tonho Baleia bebia
Enquanto a chuva caia
Mas não ficava melado.
Fazia quarenta dias
Que a arca navegava
E Tonho Baleia biritava
Com grande satisfação,
Embebedou um cancão,
Três jumentos e quatro éguas
Quando estava a uma légua
Do campo de aviação,
Enquanto os filhos de Noé
Sem , Cam e Jafé
Tomavam cana com limão.
Quando avistaram terra
No bico de uma pomba
Vindo lá da Camonga
Num vôo bem rasante,
Tonho Baleia animou-se
E pegou logo uma foice
Para abrir uma picada,
Mas, depois de seis lapadas
Da famosa Novo Rumo,
Desceu da arca e tomou prumo
Rebocando Noé e os filhos
Encharcados da marvada.
Liberado os animais
Cada um no seu destino,
Noé batendo no sino
Como um sinal da partida,
Despediu-se de todos
Num adeus de despedida
E seguiu com seus meninos
Pras bandas do Jirau,
Enquanto o Tonho Baleia
Foi tomar mais uma meia
Lá no Bar Comercial.
Aracaju/SE, 23/08/2010
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