O BLOCO DA SOGRA

Versos e Prosas

Mário Pacífico

Foi criado em Santana
Um bloco sem publicidade
Depois tornou-se famoso
No Estado e na Cidade

Teve como fundador
O Antônio Polegada
Baixinho inteligente
Que topava qualquer parada

O bloco foi crescendo
Como o apoio Santanense
Chegou a ser aplaudido
Pelo povo Cearense

Tinha como componentes
Quase uma família inteira
E alguns convidados
Para ser porta bandeira

Uma das alegorias
Era a Sogra tradicional
Onde o Tonso de apoiava
Para curtir o Carnaval

Tinha a Garafa de Ambulante
A Mesa e a Ema
Tinha também um belo Boi
Que era coisa pra cinema

Tinha uns trinta componentes
Todos uniformizados
Sem falar aquele samba
Que era improvisado

As cores vermelha e branco
Abrilhantava o carnaval
Era o nosso bloco
Que já era tradicional

Participava de concursos
Pois não tinha outro igual
Não apreciava concorrente
Para ser nosso rival

Éramos todos convidados
Pela alta sociedade
Onde o bloco se apresentava
Em toda localidade

Íamos à casa do Prefeito
Vereador e Deputado
Lá recebíamos elogios
Que era o melhor do Estado

A gente era filmado
Pela TV Gazeta
E levavam com lembranças u
Uma bela camiseta

Também tinha um apoio
Da Rádio Correio do Sertão
Dos amigos Francisco e Wellington
E Adeilson Dantas que era um irmão

Recebemos até troféu
Que a imprensa oferecia
Onde ficamos muito gratos
Pois lembramos dia a dia

A costureira do bloco
Que era nossa Madrinha
A querida Helena Nobre
Só trabalhava sozinha

Os componentes se reuniam
Na casa de Seu Sebastião
Lá a gente ensaiava
E fazia aquele sambão

Dona Helena sempre fazia
Aquele gostoso café
Uns preferiam comer
Outros encher a cara de “mé”

Seu Sebastião Pacífico
Que ficava observando
Com aquele calma que tinha
Só acabava ajudando

O bloco se preparava
Para na rua desfilar
Era a “Intimidade com a Sogra”
Que acabava de chegar

Mário Cruzeta no tamborim
Tonho Baleia no tambor
Marcos Tripé no tarol
Tinha o André que era o cantor

Beto Qualhada compositor
De um samba que fez sucesso
Valter Nestor o rei do tarol
Só ficava fazendo verso

Jairo o Mandim Branco
Com bronze que Deus lhe deu
Passava o dia tocando
Pertinho de “Ciço Lopreu”

Bofada sempre atrasado
Não tocava no sambão
Só brincava o carnaval
Com Noberto Mamão

Zé Goiás que era o Cristóvão
Não sabia nem tocar
E o Jairo Picolé
Só dava para atrapalhar

Everaldo que era Major
Dava todo seu apoio
Segurança não faltava
Para todo o comboio

Não esquecendo o Ventão
Que era a figura do bloco
Não soltava um só minuto
O “desgramado” do copo

Mário Cruzeta e Polegada
Só tem o que agradecer
Aos companheiros da Sogra
Que jamais não vai esquecer.

Poema retirado do livro "CONTOS EM VERSOS"

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