Não são só as espécies que fazem parte do espetáculo, mas todas as sua formas, diferenças, habilidades, como convivem com as outras espécies e com o meio ambiente: tudo isso é biodiversidade. Nós também fazemos parte desse espetáculo. Uma baleia-azul, com seus trinta metros de comprimento, é muito grande, mas cabe no circo, pena que sejam tão poucas hoje, pois elas existiam aos milhares. Os macacos de uma forma geral existiam as centenas nos matos, mas hoje estão raros e suas macaquices cada vez menos observadas durante as apresentações: eles são os palhacinhos da natureza. Existem cantores também e que, aliás, são os mais escutados por ai, pois todo dia, tanto faz o lugar, escutamos um pássaro. Existem também os golfinhos que fazem seus malabarismos, um gavião mergulhando para capturar sua presa. E tem o espetáculo das águas! Não só as corredeiras, mas as cascatas, as curvas que a água faz e os animais associados. Existem bichinhos que conseguem caminhar sobre as águas, e outros que mergulham ou nadam nela com uma perfeição que nenhum nadador humano consegue imitar. Existem as plantas flutuam, mergulham, e, principalmente, as que seguram o barranco para que a água sempre siga um mesmo caminho e sempre limpinha. A água é a base para a vida em nosso circo e é ela quem determina o preço do ingresso.
Nada! Isso mesmo: é de graça. Por incrível que pareça, esse é o único espetáculo que não tem limite de tempo, têm milhões de artistas, muitos dos quais, ainda desconhecidos do público, milhares de palco e não precisamos pagar nada por uma cadeira bem confortável que esse circo nos oferece. Podemos até sentar na frente ou escolher o melhor lugar. Só não podemos interferir e prejudicar os astros da biodiversidade. Qualquer interrupção, causada por nós, nas apresentações pode fazer com que toda a sequência de atos fique descontrolada, e isso pode criar um pânico e o circo todo pode vir abaixo. Não tem mais apresentações, os artistas desapareceram e, no sistema solar e talvez no universo todo, podemos acabar ficando a sós. A Terra pode ficar igual aos outros planetas: sem essa exuberância de seres vivos.
Preserve a natureza, só assim poderemos chamá-la realmente de mãe, e é esta mãe que vai nos levar ao grande circo da vida.
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