O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA - PARTE 2

Rogivaldo Chagas

Olhando atentamente à nossa volta: muitas apresentações estão acontecendo o tempo todo. Têm moscas pousando nas nossas casas, de cabeça para baixo: como elas conseguem fazer isso, não têm nem onde segurar. Têm aranhas se equilibrando em finas teias, que nem gostamos que apareça em casa, mas elas voltam e lá estão de novo: se segurando em fios tão finos que nem damos conta que, na mesma espessura, são mais fortes que o aço. Visitando um jardim ou uma praça, então! É uma loucura! Observe um formigueiro: como podem esses insetozinhos ter tanta força? Imagine-se do tamanho de uma formiga, carregando uma folha ou pedaço de galho daquele tamanho. Seria impossível para nós. Elas são um dos animais mais fortes de nosso circo e nem precisam ser grandes. Olhe uma borboleta ou uma ave: como conseguem voar? E dizem que o homem voa como os pássaros! Estamos muito longe disso. Certas coisas do nosso circo da natureza ninguém consegue imitar. Até agora, nenhum outro planeta tem algo assim, só o nosso circo do planeta Terra. E o homem já procura, em outros planetas, faz tempo!
O circo da biodiversidade começou suas apresentações faz muito tempo! Os restos dos atores estão por aí, sendo que tem sempre alguém os encontrando, como fósseis de esqueletos ou plantas petrificadas. Será que, na época dos dinossauros, o circo era mais espetacular, como mostram os filmes? Ou será que nós não gostaríamos de estar vivos naquela época, pois poderíamos ser facilmente almoço desses animais? Pois é, na verdade, estamos na época certa para as apresentações que nos interessam. O apresentador, a natureza, se encarregou de nos colocar no circo na hora certa, e o tempo todo estamos assistindo às apresentações. Mas algumas das cenas não serão mais apresentadas, por que os atores principais estão desaparecendo, e muitos já desapareceram. Foi assim com os dinossauros que, por causas naturais, saíram de cena. Atualmente está sendo assim para muitos seres vivos, sendo que quase mil espécies grandes podem nem existir mais em poucos anos, pois o circo não está dando mais condições delas sobreviverem. Com isso a entrada no circo está ficando mais cara. A natureza quer reagir, mas só pode fazer isso, com a nossa ajuda. Pequenos ou grandes, todos tem o direito à vida, sendo que nós podemos garantir que todas as espécies sobrevivam e continuem seu espetáculo. Quem determina, hoje, quando o espetáculo termina , somos nós.
Começando pelos pequenos, temos animaizinhos que nem vemos e que estão se apresentando agora à nossa volta. Uma coçadinha leve no braço pode estar arrancando alguns dos menores que vivem comendo restos de nossa pele, um espirro pode ser resultado de uma alergia a alguns desses animais ou plantas. Um mosquito pode estar picando nossa pele. Cuidado: ele pode ser prejudicial à saúde. Um piolhinho pode nos visitar um dia e como incomoda quando ele desliza pelos nossos fios de cabelo. Uma ave pode estar pousando certinho no ninho e alimentar seu filhote. Um camaleão, um bicho-pau ou uma borboleta podem estar se disfarçando no ambiente e se transformar numa folha, num galho ou num outro bicho que, pelo aspecto, podem nos deixar com medo de chegar perto. As árvores podem estar crescendo, há centenas de anos, e nem nos damos conta de tão velhas que são, quando sentamos sob sua agradável sombra: é a “lona” do circo que refresca todo o planeta. Cada planta, animal ou qualquer outro ser vivo garante que a vida é possível na Terra, e a apresentação das maravilhas dessa vida ocorre a cada instante.

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