AS ÁRVORES, AS CIDADES E O HOMEM

Rogivaldo Chagas

Dizem que um homem para se realizar deve ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore. Para tanto, diríamos que são poucos os que já realizaram esses feitos. E o que podemos notar é que a mais simples destas ações, que é plantar uma árvore, normalmente é a última atividade, dos seguem esta linha de pensamento. Talvez seja pela “grande dificuldade” de executar tal tarefa.
Nós que habitamos as cidades, nos afastamos a cada dia da natureza. Uma das alternativas e pontos de refúgios para os ambientes naturais, em meio a esse caos urbano, são as praças e principalmente a arborização urbana, ainda sob um enfoque desorganizado e mal-planejado, mais que por muitos bem valorizados. Devemos observar o vínculo existente, entre as espécies arbóreas e a malha viária, que percorremos diariamente, aguçando cada vez mais nosso espírito de observação de cores, formatos, volumes, textura, floração, etc. Por outro lado, quero destacar a importância desta vegetação, que proporciona conforto, sombra, tranquilidade, reduz ruídos, atrai e abriga a fauna, melhora a qualidade do ar e da vida nas cidades.
As ruas de uma cidade, sejam elas planejadas ou não, marcam as áreas livres, entremeam-se entre os espaços construídos e deixam fluir o trânsito, e criam os espaços de circulação de automóveis e de pessoas como é de conhecimento. Cada cidade é uma paisagem, onde se aliam elementos naturais e culturais.
Uma cidade sem vegetação é negar nossos próprios sentimentos, sensações e recordações. As árvores representam nosso modelo de beleza e, portanto, refúgios para a alma, elas através de suas diversidades de formas, cores e aromas, identificam os locais e qualificam os espaços de convivência de várias espécies, inclusive a nossa.
O convívio harmonioso entre a população e o “verde” somente se concretizará quando as planificações dos espaços permitir a presença da vegetação e as arborizações forem, efetivamente, implementadas, monitoradas e preservadas. As árvores urbanas são patrimônios, cujo zelo compete a todos, pois elas contam a história e dela fazem parte.

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