Lançando um olhar retrospectivo para as questões envolvendo a política percebe-se que ao longo da história, além do afastamento do verdadeiro sentido do que seja política, o que aconteceu de mais significativo foi o foco da questão que mudou de lugar: do desejo pelo bem coletivo, da promoção humana dentro do contexto hodierno, passou-se a paixão doentia pelo candidato. Do lado dos que pleiteiam um cargo público (prefeito, vereador, deputado, governador, senador, presidência...), a maioria, pouco se interessa pela “massa” (eleitores) de quem espera ser eleitos. Uma prova disso é a voracidade de um leão faminto com que procura atingir seus objetivos, não importando os meios, nem sempre lícitos.
À medida que a data da eleição vai se aproximando, os ânimos se acirram ainda mais. É visível a imaturidade presente em ambos os lados. Políticos e eleitores se digladiam. As boas-maneiras, a cordialidade, o respeito dá lugar à agressividade, muitas vezes sem limites. Nesse período cada um defende a si ou seu candidato como a fera defende a presa. Muitos recorrem as “vias de fato” gerando conflitos difíceis de serem resolvidos no pós eleição. Amigos se tornam inimigos, famílias se dividem...
Mesmo quando algum candidato apresenta uma proposta de trabalho, a maioria dessas propostas, se for observada com mais atenção perceber-se-á que está permeada de ambiguidade. Sabe-se que o político-candidato, após ser eleito, não depende somente dele para aprovação e execução de um projeto. Do lado do eleitor, como ele está fixo, apaixonado cegamente, não pela política, mas pelo candidato, não consegue enxergar que tais propostas, quando existem, são inexecutáveis, tanto porque estão “cegos”. A vitória é o que interessa.
Observa-se que ambos os lados, por vezes utilizam de forma inconveniente do nome de Deus. É comum um político ou correligionário provocar, agredir violentamente adversários com palavras e depois pedir que Deus o ajude a derrotar tal oponente. Esquecem-se de que Deus não entra em pendengas humanas inconsequentes. Outra coisa que não se leva em consideração é que, cada lado tem suas razões. Acham, em sua ignorância, que Deus vai está somente de um lado. São do tipo: “se não pensar igual a mim, é meu inimigo”!Não sejam burros! DEUS NÃO TOMA PARTIDO! Ele é de todos. Nem sempre ele age como o homem pensa. Enquanto o homem pensa egoisticamente em si ou em um pequeno grupo, Deus pensa no coletivo. O homem pensa mais em si, Deus pensa em todos!
O que é importante, então?
Seria mais coerente o político-candidato elaborar propostas claras, sem ambiguidades, mostrar o que já fez ou ajudou a fazer nas gestões anteriores, isso para os que já foram eleitos em eleições passadas, e fixar toda sua campanha em cima dessas propostas. Também deveria orientar seus correligionários a “jogar” limpo, sem agressões morais e físicas. Certamente ele teria uma grande possibilidade não somente de manter seus eleitores e conquistar novos.
Do lado do eleitor, procurar ver se o candidato tem propostas concretas, o que o ele já fez, se cumpriu com o que foi prometido em eleições passadas, seu passado moral e ético. Mas olhar com o coração voltado para o social, não para o individual.
Jamais se deve votar em alguém pelo fato da pessoa ser amiga. Amizade é uma coisa e responsabilidade é outra completamente diferente.
Outro dia, na rede mundial encontrei num site essa frase: “o trabalho mais difícil é o trabalho sobre si mesmo”. De fato, seja período eleitoral ou não, o mais difícil não é enfrentar os desafios fora de nós, mas enfrentar a nós mesmos. Vencendo nossos vícios, manias, preconceitos, certamente que teremos grande chance de fazermos as escolhas certas e, conforme vontade de Deus, por que não, chegar onde queremos?
Pense nisso!
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