MELHOR DEFINIÇÃO DO TERMO, “DOIDO”

Pe. José Neto de França

Lendo algumas mensagens na rede social, mais precisamente no Whatzapp, chamou-me a atenção a postagem de um amigo, Malta, do portal MALTANET, ao contar um fato que aconteceu quando ele descia, de rapel, a Serra da Camonga e disse ao seu instrutor, ser aquela aventura uma “coisa de doido”. E este, depois de filosofar replicou: “Você sabe para que existem os doidos? Para fazer as coisas que os normais não têm coragem de fazer!”.

Foi a definição mais interessante que já vi, em toda minha vida, para esse termo tão verbalizado, por vezes não para definir o que de fato seja, mas de forma pejorativa, no sentido de agredir alguém, no quotidiano da vida.

Logicamente que o instrutor ao dar a definição do termo “doido” não quis se referir a uma questão patológica, mas a três coisas: incentivar o aventureiro, no caso, meu amigo; amenizar a tensão dando uma conotação cômica ao termo e, finalmente, afirmar que tem coisas que somente uma pessoa de muita coragem é capaz de fazer. Fantástica definição.

Sabe-se que a pessoa cresce no sentido de aprendizado e de maturidade, mostra quem realmente é, transmite segurança, confiabilidade, não diante daquilo que é comum, fácil, mas daquilo que a desafia...

Sempre gostei de desafios. Comecei a trabalhar cedo. No período de criança e adolescência carrocei na feira-livre, já fui engraxate, já vendi picolé da “maringá” (os santanenses sabem de que estou falando), já vendi cocadas e frutas de porta em porta, já trabalhei em um bar, fui balconista da “Casa o Ferrageiro”. No período de minha juventude, já na capital paulista, fui balconista de uma padaria e fui também bancário...

No meu ensino fundamental, médio e superior, quando os/as professores/as passavam algum trabalho, esperava que todos pegassem seus temas, o que sobrava eu pegava. Isso porque sabia que o comum era as pessoas pegarem os “teoricamente” mais fáceis, assim, o que iria sobrar seria o mais difícil. Era uma oportunidade de desafiar a mim mesmo...

Meu desafio sempre foi desafiar a mim. É dessa forma que conheço um pouco mais até onde posso ir ou não. E olha que tenho me surpreendido comigo mesmo ao longo do tempo...

Quando penso que não tenho mais nada a desafiar, surge algo que me fustiga, como por exemplo outro dia, nesses meus quase sessenta anos (completo nesse ano de 2018), fui passar dois dias em um local para descanso e eis que surgiu a oportunidade de descer em uma “tirolesa”. Não pensei duas vezes. Desci, literalmente duas vezes... Pense como foi bom!

Um dia, quem sabe, surgindo uma oportunidade não faça como o meu amigo e resolva descer também de “rapel” a Serra da Camonga.

Somos novos ou velhos, covardes ou corajosos, de acordo com o que queremos e pensamos.

Pense nisso!

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