Outro dia um grande amigo postou uma frase no seu perfil do Facebook com o seguinte teor: "Decifra-me, mas não me conclua!". E eu comentei dizendo que se decifrar depende do existencial de quem observa, ver, e também da proximidade (familiaridade) que este possa ter para com o observado; concluir será impossível, tanto porque o ser, naturalmente não é concluso, mas constante devir... Esse devir somado ao observar é uma espécie de "gatilho" necessário para que o ser pensante mantenha-se motivado...
Em síntese, o definir estará sempre impregnado do que o observador é e pensa, mas este jamais será capaz de concluir quem quer que seja, ou o que quer que seja o outro...
Meu amigo, inteligente como sempre foi compreendeu meu comentário afirmando o seguinte: "De fato, muitas vezes não conseguimos concluir nem ao menos nossas próprias atitudes, formas de vida, maneiras de pensar... temos uma percepção ínfima do que somos, e estamos longe de concluir muitos nuances. Ora produto das relações sociais, ora produto de nós mesmos, vamos formando uma personalidade e buscando o auto conhecimento. Nesse sentido, o "gatilho", talvez seja o que realmente nos mova no fim das contas. Cabe, portanto, ao observador, o papel não de juiz, mas sim de espectador ativo. Pois, ao final de tudo, vale o que Clarice Lispector falou: 'Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento'."
Comentário brilhante de meu amigo!!!
Jamais sermos juízes do outro; quando muito, de nós mesmos... isso porque cada pessoa é "um mundo"!
Em síntese, afirmo: PODEM DECIFRAR-ME A VONTADE, MAS NUNCA TERÃO O PRAZER DE CONCLUIR-ME!!!
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