Sempre pensei de uma forma quando ouvia a palavra festa de formatura e olhe que, como professora, participei de muitas, somente hoje, estudando sobre a temática do comportamento humano que ouvi outra versão da palavra formatura e comecei a refletir sobre esse conceito: formatura - formar, enformar, colocar na forma.
Formatura deveria ser tirar da forma, desinformar, tirar da caixa e não colocar o ser humano em uma forma, muitas vezes, em uma única forma de ver o mundo.
A psicóloga Lais Nadal afirma que muitas vezes a gente cresce aprendendo que existe uma forma de ser e apenas essa forma padronizada que devemos seguir.
Então, o efeito colateral desse tipo de pensamento pode ser a não aceitação de tudo que não se encaixar nessa forma padronizada em que prendi a viver e por esse caminho também anda a intolerância, o racismo, os preconceitos de forma geral porque eu começo a não aceitar tudo que está fora da caixa que acreditei minha vida inteira que fosse a correta, a melhor forma ou a única forma de ser.
E quando descubro que eu mesmo, eu mesma não caibo nessa caixinha, encontro dificuldade em administrar esses sentimento que acabam me intoxicando e me consumindo apenas por não ter aprendido que não existe um padrão para a vida e que se você segue um padrão, tenha certeza que ele foi inventado por alguém.
E esse padrão inventado me "obriga" a tomar decisões que me levam a questionar se de fato era o que queria ou era o que o padrão exigia de mim. Quem sou eu de verdade e quem sou eu inventado. O que eu quero ou o que as pessoas querem de mim. Que reposta eu dou ao mundo a minha reposta ou a reposta que esperam de mim.
Cabe aqui nessa reflexão tentar encontrar reposta para esses questionamentos, buscar conhecer a si mesmo, tentar se libertar daquilo que você foi apenas para dar uma resposta positiva à sociedade. É o momento de libertar-se daquilo que disseram que você devia ser para não ferir os padrões. E lembre, os padrões foram criados por alguém de acordo com certos objetivos, seja domar, domesticar, enformar, para que você ao descobrir, não seja seu próprio mentor/mentora.
Cuidado com o que lhe fizeram acreditar. Reflita sobre as verdades que te passaram como verdade. Não vale a pena passar uma vida inteira vivendo uma vida que escolheram para você. Se hoje você vive sua vida do jeito que ela está você precisa dizer a si mesmo vivo a vida pela qual escolhi viver e não a vida que escolheram por mim.
Espero que estejam bem e fiquem bem, até a próxima.
Luciene Amaral
(criadora do canal dialogando com Lu)
Doutora em Educação
Graduanda em Psicologia
Comentários