''Cada ponto de vista é a vista de um ponto'' Leonardo Boff
Realmente, quando vemos uma situação, pessoa, coisa ou objeto a impressão que temos dele quase nunca será a impressão que a outra pessoa terá.
O que pode estar errado para mim, necessariamente não estará errado para o outro, e essa premissa acaba por regular o comportamento das pessoas e a partir desse fundamento gerar o julgamento, gerar a crítica.
John Wananmaker, um grande publicitário criador das lojas de departamento já havia confessado: "eu aprendi há trinta anos que é uma loucura a crítica".
O que grande parte das pessoas querem? Aprovação, reconhecimento, o desejo de ser importante, segundo Freud, o desejo de ser grande. Então, qual seria a finalidade da crítica?
Carnegie escreveu em seu livro que "a crítica é fútil, porque coloca um homem na defensiva, e comumente, faz com que ele se esforce para justificar-se. A crítica é perigosa, porque fere o precioso orgulho do indivíduo, alcança o seu senso de importância e gera ressentimento."
De fato, quando a pessoa é criticada por algo que ela fez de errado ela procura todos os motivos para justificar. a questão não se limita a ver algo errado e deixar permanecer, mas como essa situação será abordada.
Hans Selye, médico húngaro que foi a primeira pessoa a diagnosticar o estresse como problema médico, afirmou que "com a mesma intensidade da sede que nós temos de aprovação, tememos a condenação", e grande parte das vezes é isso que faz a crítica.
Às vezes as pessoas fazem as coisas, mesmo que errada para a maioria, mas para ela não está errada. Ter consciência do próprio erro é um ato que requer da pessoas habilidades não apenas de caráter, mas de cultura, de história de vida, de fatores externos e internos e talvez o que seja mais fácil para certa pessoa identificar não será para outras.
É com base nessa perspectiva que Abraham Lincoln, o décimo sexto presidente dos Estados Unidos, mas que quando jovem trabalhava em um armazém, encontrou uma caixa com livros de Direito, o qual o fez mais tarde advogado afirmou durante os tempos da guerra civil: "não os critiquem; são eles exatamente o que nós seríamos sob idênticas condições."
A crítica encontra terreno fértil em condições contrárias a situação vivida. E o momento atual revela a face crítica do ser humano ao julgar o outro, mas dentro de suas confortáveis condições.
Pedir o isolamento total, mas sempre ligar para o delivery, criticar quem aglomera-se nos postos de retirada do seguro emergencial e esperar cair a noite quando não tem mais pessoas para retirar seu salário que cai na conta.
Veja, Lincoln fez o alerta sobre a questão de que eles seriamos nós se tivéssemos nas mesmas condições que ele. Não julgue, não condene, não critique, faça algo diferente, algo que ajude, colabore porque também temos nossos erros e segredos internos. Dizia Confúcio: "não se queixe da neve no telhado da casa do vizinho, quando a soleira da sua porta não está limpa."
Deixo para reflexão sobre o momento que estamos vivendo o provérbio oriental:
"Homens fortes criam tempos fáceis
e tempos fáceis geram homens fracos,
mas homens fracos criam tempos difíceis
e tempos difíceis geram homens fortes"
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