Fim de ano chegando,o mundo cada vez mais consumista, e imediatista, vai antecipando os eventos do calendário capitalista. Daqui a pouco, as "Festas de Fim de Ano" vão se iniciar no meio do ano! Um prova disso é o tal de Black Friday, um saldão de fim de ano, onde as pessoas correm pra comprar, o que as lojas querem “torrar” o que está encalhado nos seus estoques. Em São Paulo temos a famosa Rua 25 de Março, que fica abarrotada de gente de todo o país e de alguns países vizinhos. Aqui no sertão, esse evento dura o ano inteiro, é a Feira de Caruaru, e nas pequenas cidades do interior a famosa “Feira da Sulanca”.
Que estamos ficando mais velhos, isso é fato, não refiro-me apenas a minha pessoa. Falamos nós, povo brasileiro, não precisaremos mais do que uma década para sermos considerados um país “mais” maduro. Um povo supostamente estabilizado economicamente. Infelizmente ficamos no campo da suposição. Os aposentados coitados além de ganharem mal, na sua maioria, sustentam a camada descapitalizada da população, netos, filhos, enteados, etc. que vivem na ciranda do consumismo, e a realidade é essa que vemos na televisão: A crescente onda de quadrilhas virtuais.
Meu amigo João do Mato, a quem agradeço, do fundo do meu coração, as mensagens que manda para mim, via E-mail, o ano inteiro. Esta semana mandou uma que amei, um texto do Frei Beto, sobre uma reflexão do filósofo grego Sócrates, que nos põem a questionar: Será que para ser feliz necessitamos realmente estar nessa tsunami de consumo?
João mandou também outra mensagem que fala daqueles que, assim como eu, já passou pelo Cabo das Tormentas (Juventude), dobrou o Cabo Branco (idade adulta) e agora navega rumo ao Cabo da Boa Esperança (Senilidade). Pessoas que já estão com “Cinquentinha”, “Uma Boa Idéia- 51” ou já vão mais adiante, estão mais “sexy”: sexagenário!
Pois é, caro leitor e leitora, o cerco está cada vez mais se estreitando. E vamos depositando nossas esperanças, nos mais inusitados objetivos. É um ano novo que se vizinha, um novo governo municipal que vai se iniciar. E como a voz do povo é a voz de Deus. “Vamos pagar pra ver”, as coisas está custando, “Os olhos da cara”, o que engorda o porco “É o olho do dono”, “Em terra de cego, quem tem um olho é rei”, “O que os olhos não vêem, o coração não sente” mais como diria Camões: “Olho viu, boca piu”.
Outro termo muito em voga é o “Pé”. Nosso mais antigo meio de locomoção, nos proporciona expressões porretas: “Pé na cova” aquele que está mais pra lá do que pra cá; “Pé de Valsa” o cara que é bom de sapateado num salão de dança; “Pé de pano” é o manhoso, o Ricardão; “Pé duro” é raça ruim de cão, jumento,etc.; “Pé quebrado” é o verso que dá rima ruim; “Pé rapado” é aquele coitado que não tem onde cair morto e “Pé Inchado” é o famoso “C... de cana”, “Pudim de cachaça” assim que nem meu amigo Tonho Neguinho que aproveitamos para encerrar nossa crônica de hoje.
Lá estava Tonho, em Senador Rui Plameira, bem sentado numa mesa, tomando “umas” no Bar de Ciço de Quinca, o mais antigo bar daquela região que tem uma radiola ABC “A voz de ouro”, todos os discos de Nelson Gonçalves, sinuca de mesa grande e Totó, aquele joguinho, com dois times de jogadorezinhos de ferro. Tonho não viu quando um grupo de anões entrou e foram vestir o terno do time pra jogar no campo local. Quando os anões começaram a sair. Tonho gritou:
-Chega Ciço! O Totó tá fugindo!
Fabio Campos 23.11.12 No blog fabiosoarescampos. Em Breve Conto inédito: “A Vida é Bela”
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