Ainda há os que repetem, a cada início de quaresma, o jargão: “O ano realmente só começa depois do carnaval”. É um dito popular, que se arvora na concepção marxista de que “tempo é dinheiro”. E que, passado o carnaval, voltam efetivamente à normalidade, às aulas, o comércio, os bancos. Enfim, a maioria das instituições públicas e privadas.
E assim fica claro que é ele, o tempo, o senhor da razão. O mais famoso dos baianos na atualidade, cantor e compositor Gilberto Gil, aos 83 anos de idade, deu início a sua última turnê: “Tempo Rei”. A música que dá título a sua turnê derradeira pertence ao álbum “Raça Humana” [1984]. “Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei/ Transformai as velhas formas de viver/ Ensinai-me, ó, Pai, o que ainda não sei/ Mãe Senhora do Perpétuo, socorrei.”
Vai não vai, nos caminhos virtuais, da rede mundial de computadores, deparo-me com mensagens, fabricadas por pessoas da minha geração. Recheadas de saudosismo, com imagens que nos remete a velhos tempos de nossa infância. Cheias do bucolismo, das cidades dos interiores, dos campos rurais, com sua cultura, tradições, folclore. Objetos, comidas, e tudo o mais, que nos remetem a tempos de outrora se sucedem. Vídeos com o intuito de enaltecer os indivíduos nascidos àquela época em detrimento dos nascidos na atualidade.
Sabe-se que pra tudo no mundo, haverá sempre os do contra, não é? E quão monótono seria se assim não o fosse! Aí nos aparece um cara, dizendo mais ou menos assim: “E quem disse, que essa geração que se diz em extinção, foi a melhor do mundo?” E num relato coeso e coerente discorre sobre as gerações passadas e a atual. Citando, pra cada uma, seus defeitos e virtudes. E não é que ele tem razão?
O que fica claro é que, as gerações se sucedem, e se completam. Pra mim é fácil constatar isso, ao ver uma adolescente, totalmente perdida, ao manusear uma máquina de datilografia; ver meu filho Joaddan comprando, num “sebo”, um Long Play pra tocar na sua vitrola. E curtir música de cantores que ele nem era nascido quando estes faziam sucesso! Minha neta Aika de 12 anos, passar assistindo algo no seu aparelho celular cuja trilha sonora é: “Agora eu era o herói/ E o meu cavalo só falava inglês/ A noiva do caubói, era você, além das outras três...” música “João e Maria” [de Sivuca -1947] gravada em 1977, por Nara Leão e Chico Buarque.
E se, na década de sessenta o objetivo era ver quem primeiro chegaria à lua, hoje, se pretende chegar a Marte, quem sabe no Sol?! Extasiados vimos a recente descoberta, com o auxílio de IAs, de verdadeiro tesouro arqueológico embaixo das pirâmides do Egito. E no deserto do Atacama, no Chile, um “lixão” de jeans de grife?! Assistimos melancólicos a volta da guerra fria, entre Estados Unidos e Rússia! Tresloucados chefes de estado, pondo em polvorosa seus vizinhos, e o resto do mundo! A emblemática e eterna guerra do Oriente Médio, que nunca acaba! Terremotos, furacões, aquecimento global. Tudo leva a corroborar uma teoria que vi na juventude, a Teoria da Repetição ou do “Eterno Retorno” do filósofo alemão Fredrich Nietzsche, que interpreta a realidade da vida como uma repetição infinita de acontecimentos finitos.
O bom disso tudo é que, apesar da seriedade que a vida nos impõe, descobrir num vídeo, editado com desenho animado, que dá pra rir de nós mesmos. “ Eu tava pensando aqui, eu tô numa idade, que nem tô muito velho, nem sou mais novo! Como se eu fosse: um Semi-novo; um Pré-idoso, ou um Semi-idoso. Eu tô: velho de mais pra ser novo; e novo demais pra ser velho! Tem horas que eu quero; tem horas que eu deixo de querer. Tem horas que a energia tá lá em cima, tem horas que dá um Blackout! Tem dia que você se acorda com umas vontades de adolescente, de mudar o mundo, com o espírito assim de Dora Aventureira. Mas aí você se lembra que está no corpo de um adulto cheio de dívidas, e as dores de um idoso! Por fim vem a preocupação e o desespero de não conseguir lidar com essas sensações. Aí você se senta toma um café, ouve umas notícias ruins na tevê; pára e diz: o que eu sei mesmo é fazer “cosplay” de Dono de Fazenda! A gente as vezes acorda, e se sente igual vinho, quanto mais velho melhor; noutro dia acorda e diz: hoje tô igual a energético, é só caganeira e dor de barriga.” Autor desconhecido pelo cronista.
Postei esse vídeo num grupo de amigos. Aí meu amigo Paulo Décio comentou: “Eu sou do tempo que eu era, mais novo que o prefeito, mais novo que o juiz e mais novo que o padre. Hoje sou mais velho que todos!”
Por que será que os mineiros [indivíduo natural de Minas Gerais -Br] gosta de chamar tudo de “TREM”. A Tathi do Curiosithati no Instagram foi que me disse: “Em 1816 os ingleses usaram a palavra “Train” do francês, para designar locomotiva; Train por sua vez vem de “Trahere” do Latim que significa: passar, arrastar; trazer. A palavra train foi incorporada ao adestramento de falcões, daí foi um passo para associar-se a treiner [treinador] nos esportes. Os mineiros chamam as locomotivas de trem de ferro, para diferenciar dos outros trens.
UM POUCO DE HUMOR PRA ENCERRAR
APELIDOS CONSTRANGEDORES PARA O AMBIENTE DE TRABALHO:
PELÉ = ESTÁ SEMPRE NA COPA!
ALEXA = SÓ FAZ ALGO SE ALGUÉM MANDAR!
ESTRELA CADENTE = SEMPRE QUE PASSA FAZ UM PEDIDO!
CARRINHO DE MÃO = SÓ FUNCIONA NO EMPURRÃO!
TEMPESTADE = É SÓ CHEGAR QUE O CLIMA FICA RUIM!
MESTRE DOS MAGOS = DO NADA, SOME!
SENSOR = SÓ FAZ ALGO SE ALGUÉM PASSA PERTO!
TARTARUGA NINJA = TARTARUGA PRA CHEGAR, NINJA PRA SAIR!
NA PRISÃO TRÊS PRISIONEIROS NUMA SELA
Para impressionar Resolvem exibir suas cicatrizes:
O Inglês Tira a Camisa, e no Peito: LONDON CITY!
O Americano Tira a Camisa, e nas Costas: CALIFORNIA CITY!
O brasileiro Tira a Camisa, e no pé da barriga: APENDI CITY.
Fabio Campos, 31 de Março de 2025.
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