A história de que agosto é um mês de maus presságios, sempre desejamos que ficasse no campo do folclore, aliás, é justamente no dia 02 deste mês que se comemora “O Dia do Folclore”. Para que não pairasse nenhuma dúvida, fizemos uma breve pesquisa mental e constatamos que foi nesse mês, que veio ao mundo meu primeiro filho Joaddan, no dia 04, do ano de 1987. E nossa Mãe Rainha, no dia quinze deste mês, comemoramos aqui na terra, sua Assunção gloriosa ao céu. Então, jamais poderia considerar este mês com tão importantes datas para mim, um mês de mau agouro.
Há no entanto no compêndio desse mês alguns acontecimentos catastróficos, dignos de registro: Explosão da primeira bomba atômica em Hiroshima (1945); e algumas perdas importantes para nós brasileiros: Morte de Anita Garibaldi (1849), Maria Quitéria, nossa primeira mulher soldado (1853), Glauber Rocha(1981), Carlos Drummond de Andrade (1987), Raul Seixas (1989), Jorge Amado (2001). Presidentes: Getúlio Vargas, suicídio em 54, Jânio Quadro renuncia em 61 e Jucelino Kubistchek de acidente de carro na via Dutra, morre em 1976.
NO dia 11 deste mês comemora-se, além do dia do estudante, também o dia do Direito, do Magistrado e do Advogado. O que nos fez lembrar, do professor Eli, nosso saudoso professor do Ginásio Santana, que nas horas vagas, gostava de ir até o bar de Quiterinha, e pedia, uma dose de cana. Colocava em cima do balcão, ia degustando aos pouco. E ficava horas contando aos amigos suas histórias e “causos”, tive a oportunidade de ouvi-lo contar esta que passamos a contar:
Um certo causídico, famoso lá pras bandas da região da Zona da Mata, foi procurado por um homem para defendê-lo por um crime que havia cometido. Estava foragido, mas ia se entregar, pois matara um ex-amigo por conta de um apelido. Era um apelido odioso pra ele, não suportava que ninguém o chamasse de Boi Manso. Entendia como se o tivessem chamando de corno. No entanto todos os dias quando ele ia pra roça passava na porta do amigo que o apelidava:
-Já vai Boi Manso!
E o advogado topou defender aquele réu confesso. No dia do julgamento o Juiz passou-lhe a palavra pra que se pronunciasse.O advogado iniciou sua retórica, fazendo brilhante elogio ao Juiz. Só que passou a repetir o elogio incessantemente. O juiz perdeu a paciência e fora de si, proferiu palavras duras contra o advogado. Exaltado pediu que ele prosseguisse com a defesa e parasse de tanto o elogiar. Ele então arrematou sua defesa, dirigindo ao corpo de jurado, declarou:
-Estão vendo vocês, caros jurados! Desde que eu iniciei minha fala, só elogios fiz a este homem, e no entanto ele perdeu a compostura, e encheu-se de cólera! Mais alguns elogios e quiçá ele não teria me agredido! Vejam que se trata de homem altamente preparado e de alto estudo! Agora, imaginem este homem, rude, que nenhuma formação possui. Todos os dias, ao sair de casa, sendo humilhado, na sua integridade moral, sua e de sua família! Você caro jurado, condenaria um homem desse?
E fechava o professor dizendo que o agricultor fora absolvido sem que nenhum voto tenha sido dado contra ele.
Fabio Campos 23/08/2010 É professor em S. do Ipanema – AL.
Contato: fabiosoacam@yahoo.com
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