A Feira Livre de Olho d’Água das Flores ( 1ª parte)

Antonio Machado

A Feira Livre de Olho d’Água das Flores ( 1ª parte)
Antonio Machado
As feiras livres tiveram suas origens nos últimos lampejos da decantada Idade Média, originando-se na Inglaterra e Alemanha. Mais historicamente, os homens sempre se comercializavam na troca de produtos de primeiras necessidades. Tudo isso cresceu muito a ponto das feiras livres se espalharem mundo afora, mas essa expansão tornou-se maior a partir de 1750, quando o comércio passou a produzir novos produtos como calçados, roupas, gerando assim os primeiros empregos.
No Brasil não foi diferente, aos poucos as feiras foram se formando, em vista de atraírem muita gente, passando a ser hoje grandes centros comerciais, mesmo ambulantes, muito tem expandido.
Em Olho d’Água das Flores, a feira livre teve inicio no primeiro domingo de janeiro de 1920, que com o crescimento do Povoado e mais tarde Vila, tornou-se ponto de encontro das famílias, sempre realizada em pleno centro da cidade, onde tudo se comercializava como feijão, milho, tecido, carne, frutas, enfim, a feira passou para a história como um ponto referencial para as pessoas, e durante 22 anos permaneceu sempre aos domingos. Centrado nesse fato histórico, escreveu o poeta e político Olimpio Sales de Barros, (1910-1975), estas estrofes: “As famílias Abreu e Barbosa, / já havia próspero / veio gente de fora/ aí cresceu o Povoado/ em vinte criaram a feira/foi assim dessa maneira/ conforme está registrado.”E concluiu o poeta: “com dois anos de existência/ causava admiração/ o comércio regular/ chamava o povo atenção, /lojas e mercearias, / armazéns e padarias/ tudo em grande produção”.
Santana do Ipanema, onde este município estava subordinado geográfico e politicamente, mantinha o controle de tudo, sendo rigoroso na cobrança de impostos, imaginem, pois, caro leitor que, até os carros de boi da época, possuía chapa, como os veículos da atualidade, isto para serem controlados pela prefeitura de Santana do Ipanema. Afirmo isto com absoluta convicção, pois meu pai, Floro Machado (1921-1990) tinha um carro de boi que possuía uma chapa, e numa das vezes, vindo para a cidade, e o imposto estava atrasado, o guarda municipal, arrogante, e se achando dono e senhor da verdade prendeu o carro, sendo necessária a intervenção do cidadão Manoel Anastácio,líder político no povoado Pedrão, resolver o impasse. É preciso situar que, o carro de boi marcou a história do passado, em vista de ser o único meio de transporte existente tanto para as pessoas quanto para o escoamento de seus produtos para a cidade, foram eles, os carreiros, esses heróis anônimos, que os historiadores tendem esquecer. Então existia uma quantidade grande de carreiros transportando o progresso e conseqüentemente, gerando recursos para a região e com isto mais impostos e divisas para a prefeitura de Santana do Ipanema.
No próximo artigo, escreverei sobre a criação da feira e a sua importância para o município,no segundo artigo enforcarei suas mudanças ao longo da história.

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