O PALETÓ EMPRESTADO DA FILHA DO MAESTRO

Fábio Campos

Durante o mês de março nos propomos a homenagear as mulheres. A elas dedicaremos nossas crônicas, dentro do mês dedicado a elas. No dia 03 de março de 2010, fizemos uma crônica com o título: BIOGRAFIA DA FILHA DO MAESTRO JOSÉ RICARDO SOBRINHO, POR FABIO CAMPOS. Descemos aos recônditos porões do Portal Maltanet, e trouxemos aqui um trecho desta crônica, muito embora o final, claro tinha que ser inédito.

“A Escritora e pesquisadora, Maria do Socorro Ricardo Almeida, nasceu em 1940. Em Santana do Ipanema- AL. Casou-se em 1960 com José Cavalcanti de Almeida. O casal, teve cinco filhos: Marcello Ricardo Almeida (Advogado e professor); Morche Ricardo Almeida (Historiador e professor); Marcel Ricardo Almeida (Estudante e Escultor); Magaly Ricardo Almeida (Assistente Social e professora); Mércia Ricardo Almeida (Assistente Social e professora). Todos formados em Universidades de Blumenau, Santa Catarina. A Escritora é filha, de José Ricardo Sobrinho -O Maestro - e Lú Farias Ricardo. Maria do Socorro Ricardo, foi professora na administração do prefeito Hélio Cabral de Vasconcelos, em 1958. Foi também por essa época, Auxiliar de cartorária, no Cartório do tabelião Benício Barros. Sua mãe Lú Farias Ricardo, foi desde sua juventude, incentivadora das Atividades Culturais e das Festas Folclóricas, em Santana do Ipanema, na década de 50. Inclusive contribuindo com a criação de pastoris. Pela sua dedicação a essas causas, foi convidada pelo então prefeito Adeildo Nepomuceno Marques, para ser a Incentivadora Oficial e Organizadora dos Folguedos e manifestações folclóricas de nossa cidade. Seu pai, o maestro da primeira Banda Filarmônica de S. do Ipanema: Banda Filarmônica Santa Cecília. Dedicou sua brilhante carreira e meteórica passagem pela vida terrena, a arte da música. Morreu muito jovem, com apenas 28 anos de idade. Em 1947. Vítima de complicações causadas por envenenamento. José Ricardo Sobrinho, teve origem e viveu sua infância, na Fazenda Lage Grande, hoje pertencente ao município de Senador Rui Palmeira. Seu pai Aprígio Ricardo, filho da matriarca da família, Dona Estelita Ricardo. Tinha vários irmãos, entre estes, Antonio e Zeca Ricardo, este de cá, foi proprietário, juntamente com Genival Tenório, da Farmácia dos Pobres. Em Santana do Ipanema, AL.
MARIA DO SOCORRO FARIAS RICARDO – A FILHA DO MAESTRO. Informações reunidas aleatoriamente, extraídas do Livro de sua autoria: “JOSÉ RICARDO SOBRINHO – UM MÁGICO DA MÚSICA” Setembro de 1997. Blumenau -SC. (ibidem)“

(aquelas) PALAVRAS EXCLUSIVAS (e mais outras) DO AUTOR DA CRÔNICA

Em 1978, cursávamos a 8ª série (oitavão) no Ginásio Santana e fui colega de classe, de Marcello Ricardo Almeida. Juntos, idealizamos uma peça teatral, intitulada: “A Mãe”. Inspirada na Obra de Maria José Dupré “Éramos Seis”. A peça foi apresentada no Dia das Mães daquele ano, no auditório da escola (onde antes havia sido o Teatro de Amadores Augusto Almeida). Participaríamos da peça, também como ator, no papel de Júlio. Também outros colegas de classe atuaram, como: Idelfonso Queiroz, Sérgio Campos, Walter Carteiro, Cilene de Reginaldo Falcão (saudamos a ambos in memorian), Lucinha (hoje professora), Nely de Zé Bezerra (da Loja Imperial) e tantos outros, que escusado as desculpas, culpamos nossa memória que já teima em falhar.

No dia da estréia da peça foi aquela agonia. O maior corre-corre pra montar o cenário, a iluminação, a música de fundo, e o figurino. Na hora “h”: Cadê o paletó do senhor Júlio? A peça teatral de época, se passava na década de 40. Meu personagem tinha que estar de paletó. E lá fomos nós, eu e Marcelo, na maior correria, de última hora, arranjar um paletó, que coubesse em mim. Dona Socorro Ricardo, solícita conseguiu um bem antigo, do seu saudoso esposo Zezito (na época ainda entre nós). Saímos com a peça do vestuário e somente no momento de entrar em cena é que fui vestir. Apertado mas com esforço coube. A platéia ansiosa aguardava o início da apresentação. E eis que se abre às cortinas! Início do primeiro ato: Júlio entra em cena. Está chegando em casa, os filhos o aguardam. Vem o pai de família do trabalho, aparenta estar muito cansado. Tira o chapéu, coloca-o no cabide. A luz do palco no rosto, está muito forte ( o paletó apertado sufocando ). Júlio teria que representar, como se estivesse se sentindo mal, ( só que começa a sentir-se mal de verdade!). Era pra fazer uma fala, porém nada diz. O nervosismo não deixa, está banhado de suor! Júlio desaba com todo o peso numa cadeira, perde o equilíbrio e vira pra trás. O “velho” Júlio cai com cadeira e tudo num baque só! Toda a platéia vai aos risos. Fecha-se a cortina. Fim do primeiro ato.


Fabio Campos 06.03.2012. Visite o Blog fabiosoarescampos.com Contos inéditos.

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