O OITAVÃO DE 78 DO GINÁSIO SANTANA

Fábio Campos


O ano 1978. À época, o Ginásio Santana, tinha como diretor, doutor Walter Barbosa Guimarães. E enfretava um problema que acontece até hoje, as séries finais do curso fundamental, acumula um contingente inflacionário de alunos.Obrigando assim, a surgir o primeiro oitavão. Uma super-sala. Éramos mais ou menos uns setenta, na turma do oitavão de 78.
Eram nossos professores naquele ano: Salete Bulhões, Língua Portuguesa; Ernandes Brandão, Matemática; Marques, Organização Social e Política Brasileira; Dênis Marques, Língua Estrangeira; Ciências, Clerisvaldo B. Chagas; Zé Maria, Geografia; História, Gileno Carvalho; Déa Tenório,Educação Artística; Religião padre Alberto.
Alguns colegas, por afinidades, recordamos com mais ênfase: Mário Pacífico (do Bar Comercial), Mario Rios (desde a época já era da polícia, hoje sabemos que é delegado), Walter( hoje é carteiro), Marcello Ricardo Almeida e seu irmão Morche Ricardo, Silene (namorada de Reginaldo Falcão. Depois, esposa), Lucinha (hoje diretora de escola municipal em Areias Branca), Nely (namorada de Zé Bezerra da loja Imperial, hoje casados) e meu irmão Sérgio Soares de Campos.
A sala especial para abrigar tal contingente foi adaptada no Auditório da escola que já fora anteriormente, o antigo Teatro de Amadores Augusto Almeida. Aproveitando que existia ali um palco, eu e Marcello Ricardo, inventamos de apresentar no dia das mães, uma peça teatral. E a quatro mãos, produzimos a peça, entitulada: “Mãe”. Fazia parte do elenco,os próprios colegas de sala, principalmente estes que citamos aqui.A apresentação deu o que falar a começar pelo título da peça, motivo de gozação, pois quando íamos ensaiar comentáva-se:
-Tu tá na peça da Mãe?...
E é chegado o grande dia. O auditório lotado de mães, a nossa e a de nossos colegas. Marcello Ricardo na direção da peça. Perfeccionista, checava tudo nos mínimos detalhes: Iluminação, sonoplastia, cenários, figurinos. Abrem-se as cortinas. A peça era uma adaptação do romance “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Em determinado momento todos os personagens deveriam entrar em cena: é uma sala de copa de uma casa dos anos 50,é uma cena noturna. Todos deveriam entrar, um a um, sentar, e aguardar a chegado do chefe da casa, Senhor Júlio (era meu esse papel). Em seguida aguardar que este, se recolhesse. Daí todos deveriam se despedir e pediriam a Benção. O contra-regra calculou mal a quantidade de pessoas e acentos dos que iriam entrar em cena, de modo que, quando Julinho(Walter carteiro), entra em cena, não tem onde sentar. Ele não se fez de rogado. Chega num canto do cenário, fica de cócoras e sapeca um “Bença pai!” bem escrachado.A cena era pra ser séria, mas com essa performance imprevisível, ninguém agüenta. Público, atores e bastidores caem na mais expansiva gargalhada.Fecha-se a cortina.

Fabio Campos 29/10/2009

Comentários