MARECHAL DEODORO O "BEM - AMADO"

Fábio Campos

Semana da Pátria, tem sua culminância no dia da Independência. Ao contemplar a flâmula verde-amarela-azul-e-branca hasteada no cume do serrote alto da fé, acende-se em nós o espírito de brasilidade. Na manhã de abertura dessa semana, na Escola Estadual Mileno Ferreira da Silva, fomos convidados a dirigir algumas palavras ao corpo discente daquele educandário, perfilados estavam no pátio, para entoar o hino nacional:

“Queridos alunos e alunas! Na verdade não seríamos nós, professor de ciências, a pessoa mais indicada para dizer-lhes algo sobre a data histórica que se aproxima. Queremos apenas enfatizar a palavra que mais será pronunciada por estes dias: Independência! Será que conquistamos com o grito de Dom Pedro, às margens do riacho Ipiranga, a tão esperada liberdade? Claro que não, os livros de história deviam citar o 07 de setembro de 1822, apenas como uma fase de transição de um comando de pai pra filho. A nosso ver, data ainda mais importante que esta, foi a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, por um alagoano.

Alguém sabe o nome desse alagoano?

(apenas um aluno timidamente quis arriscar) – Marechal Deodoro!

Isso mesmo, e poucos de vocês sabem! Não faz muito tempo, as eleições ocorriam justamente nesta data que prestava homenagem ao fundador da República no país. No entanto sabe-se lá porque mudaram pra 03 outubro. Já que falamos, estamos as véspera de uma eleição. Aos que já votam pedimos, analisem a história dos candidatos, avaliem sua vida pública, sua atuação como político. E votem ou falem pra seus pais votarem com consciência, exercendo seus direitos de cidadão e cidadã.”

A histórica cidade alagoana de Marechal Deodoro, serviu como cidade cenográfica, pro filme “O Bem-Amado” dirigido por Guel Arraes, da obra de Dias Gomes - Virou novela pela rede globo de televisão no final dos anos 70 – tinha como protagonista principal o prefeito da cidade de Sucupira, Odorico Paraguassu, cuja trama se desenrola sobre as peripécias desse prefeito e sua intenção de inaugurar um cemitério novo que construíra. Na versão original o saudoso ator Paulo Gracindo, viveu o papel de Odorico. Na versão, pra telona, Marco Nanini (o Lineu da Grande Família) revive o papel principal.

Odorico Paraguassu, o Bem-Amado, na verdade, é uma sátira aos prefeitos interioranos, principalmente àqueles sem nenhuma formação. E que geralmente possuem um jeito próprio de comunicação verbal, criam palavras absurdas, surreais. Isso nos remete mais uma vez a uma cidade vizinha nossa que todos vocês já conhecem, estava o prefeito andando pela periferia da cidade, ao ler o que dizia numa placa comenta com o xeleléu:

-“Forró de Gerson”. Hum! Tem Cabaré novo na cidade!

-Prefeito é: “Fôrro de Gêsso”.



Fabio Campos 03/09/2010 É Professor em S. do Ipanema- AL.
fabiosoacam@yahoo.com

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