Na matemática tem uma regra que dia: “A ordem dos fatores não altera o produto.” Há quem queira levar tal premissa pra diversas situações cotidianas. Muito embora saibamos que nem sempre funciona. Constatemos isso no caso da língua portuguesa:
“Ordem dos Termos faz Diferença - Por Thaís Nicoleti – “Golfinhos-de-dentes rugosos (Steno bradenensis), espécie de águas profundas, encontrado no norte de ilha Comprida, litoral sul de São Paulo, animal foi removido já morto por biólogos do projeto Boto-Cinza para análises”
No texto escrito, é importante observar a ordem dos termos na frase. Sena linguagem falada a entonação cria a ênfase necessária ao entendimento, na linguagem escrita a situação é diferente. É preciso empregar os recursos de ênfase e clareza próprios da escrita.
No texto, uma legenda de foto, a construção “animal foi removido já morto por biólogos” convida a dupla interpretação. Por mais que o leitor deduza que o animal não foi morto pelos biólogos, o texto permite essa leitura, portanto é defeituoso.
O que produz esse defeito é o fato de a expressão “por biólogos” vir depois de duas formas verbais, podendo estar ligada a qualquer uma delas (“removido por biólogos” ou “morto por biólogos”). A solução para o problema está na mudança de posição ou da expressão “por biólogos” ou de uma das formas verbais.
O melhor portanto, seria antecipar a forma verbal “morto” de modo que ficasse longe do agente da passiva (“por biólogos”). Assim:
“Golfinhos-de-dentes-rugosos (Steno bredanensis), espécie que vive em águas profundas, encontrado no norte de Ilha Comprida, litoral sul de São Paulo; já morto, animal foi removido por biólogos do projeto Boto-Cinza para análises.” (fonte: www.educacao.uol.com.br).
Tem algumas palavras que ficam vagabundando na nossa mente, vindo até lá do tempo que a gente ainda atirava de peteca, e jogava ximbra. Aliás peteca, hoje em dia, é brinquedo de maricas. E ximbra, na verdade é bola de gude. Mas, analise esta frase que ouvi outro dia um aluno pronunciar:
“Êita cabra ESCROTO! Se aproveitou do escuro, foi CHUMBREGAR no pátio da escola. O diretor deu-lhe um ESPORRO ARRETADO!
Analisemos as palavras em destaque (na ordem em que aparecem):
“ESCROTO: Substantivo masculino: vem do latim ‘scrotum’, anatomia bolsa cutânea que contém os testículos e os epidídimos; adjetivo: que ou quem é imoral; de má qualidade.
CHUMBREGAR: Verbo intransitivo: Embriagar-se; (nordeste) portar-se com indecência no namoro; ter relações sexuais; (Brasil) importunar, aborrecer; (Rio de Janeiro)ferir ou matar.
ESPORRO: Substantivo masculino: derivação regressiva de esporrar; ejaculação de esperma: esporra, esporradela; repreensão ou censura severa; barulheira, vozes alta; confusão desordem.
ARRETADO: (Particípio do verbo Arretar) O que foi vendido sob condição de se poder reaver a coisa vendida; adjetivo: o que se arretou; fazer voltar a trás. (fonte: dicionário Priberam.com.br)
Imaginemos se um gringo tentasse traduzir tal frase utilizando apenas o dicionário, e pegasse ele os primeiros significados, teria:
"Oh! Que cara de testículos! Embriagou-se no pátio da escola. Veio o diretor e ejaculou sobre ele. Mas tudo pode ser revisto."
Mudando de assunto, e praticamente ficando no mesmo, um tal dum ministro falou “Que país é este...” como se chamava Renato, foi pela mídia associado a outro Renato. O Renato Russo, que interpretou a música que tinha a frase como refrão.
Vamos concluir nossa crônica com uma mensagem que alguém postou no ‘face’. Olha só que pérola:
A professora (de Biologia, naturalmente) pede ao aluno:
“Fale sobre o Aquecimento global.
Resposta: Também só podia ter aquecimento global: é Tela-Quente, Temperatura Máxima, Caldeirão do Hulk, Esquenta!"
Logo a baixo a correção, com zero, vírgula zero! E o visto da professora.
A piada? Tem também. Meu amigo professor Ivanildo, quem contou-me, ainda esta tarde:
“O cara entra no ônibus, está meio gripado e...:
-Atchim!
Lá trás alguém grita:
-SAÚDE!
E outro:
-EDUCAÇÃO!
Mais outro:
-SEGURANÇA!
O ônibus em Coro:
-POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO!
Fabio Campos 20.03.2015 Em breve no nosso blog fabiosoarescampos.blogspot.com Conto inédito: DOBLEZ DE ESCARNECEDEIRA
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