A juventude de Santana do Ipanema, de hoje em dia, valoriza com veêmencia, os shows artísticos promovidos em vias públicas. Muitos deles patrocinados pelos gestores públicos. Pelo menos três deles citaremos pela repercussão que causaram, no meio referido. Chiclete com Banana (Nenoi Pinto), Limão com Mel (Marcos Davi)e Banda Calypso (Dra. Renilde Bulhões). O que essa gente nova não sabe, é que Santana tem tradição, desde muito tempo, de trazer artistas renomados nacionalmente pra shows em nossa cidade. Noutra oportunidade falaremos dos shows de auditório, pagos. A maioria deles ocorriam no extinto Cine Alvorada. No momento queremos ater-nos, aos de rua. Os chamados 0800!
Na III Festa do Feijão, em 1973. O público presente a Praça da Bandeira, recebeu um cantor até então desconhecido da maioria. Cantor, compositor e intérprete de músicas como "Capim da Lagoa" e "O Mundo Pode se Acabar", Francisco Soares o anunciou:
- Com vocês! Zé Castor!
Apresentava-se tocando um cavaquinho, afinadíssimo. Um show e tanto. De Palmeira dos Índios para o mundo.
Na Festa da Juventude de 1975, enquanto era escolhida a Rainha da festa daquele ano, no Tênis Club Santanense. Na Praça Senador Enéas, Francisco Soares anunciava:
-Recebam com aplausos! João do Pífano! Este show vai ficar na história de Santana! De fato, ficou mesmo.Que artista! Quem estava lá não esqueceu jamais.
Num determinado dia, do mês de maio de 1979, na mesma praça, aconteceu um show do rei do baião, Luiz Gonzaga. Brincou com o locutor "Chico Soares", ao falar de seu mais recente trabalho, um Long Play (disco de vinil), que continha, entre outras, a faixa "Acordo as Quatro" composição de Marcondes Costa, que fazemos questão de citar um trecho:
"Tenho umas miuças carneiro porco e galinha/ Tenho inté uma vaquinha que a muié véve a cuidar/ E os meninos digo sempre a Iracema/ Em Santana do Ipanema todos três vão estudá"
Em agosto de 1986. Elba Ramalho, prestes a ficar grávida, se apresentou na Praça Senador Enéas. Passagem meteórica na cidade, era uma campanha eleitoral. No ano seguinte ela tornaria-se mãe de Luã. E eu me tornaria pai do meu primeiro filho, Joaddan.
Voltando a 1975. Final de ano. Foi a vez do Trio Nordestino (o original), se apresentar na praça do comércio de Santana. No palco, Coroné, Cobrinha e Lindú cantando sucesso de seu repertório, como: "Procurando Tu". Final do show, o saudoso Lindú, faz a apresentação da Banda:
-Nosso muito obrigado pela atenção! Estivemos aqui, eu Lindú!
E vai até na frente do palco, dançando xaxado. Aquele passo característico que todo sertanejo conhece.É assim, coloca-se um pé na frente do outro e sai fazendo um repisado que imita um cangaceiro apagando seu próprio rastro na caatinga do sertão. Repinicando com o acordeão. Voltou pra seu lugar. E continuou:
-Do meu lado esquerdo, meu mano véio, Coroné! O rei da zabumba!
Coroné dobrou o som do rodeirão de couro. Imitou o colega no xaxado. E voltou pra onde estava.
-A minha direita, meu irmãozinho, Cobrinha e seu triângulo de ouro!
Tirando mais som do instrumento metálico, Cobrinha vai até à frente dançando xaxado. Em seguida volta.
-E aqui, nosso amigo Francisco Soares! Grande locutor véio de guerra...Bora Francisco!
E incitou o locutor a ir também até à frente dançando xaxado.Visivelmente desconsertado, Francisco não saiu do lugar. Apenas acenou para o público.
-Oxente Chico! Ô minha gente... Aonde a gente encontra esse homem. No Parque Lima,em Serra Talhada, em Pesqueira, em Petrolina. Ele é dançadôzinho qué um peste! Aqui na sua terra natal, tá todo envergonhado!
Aí, Francisco perdeu o rebolado. Agradecendo a presença de todos,se despediu, dando por encerrado o show.
Fabio Campos 14/12/2009
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