"BUCHADA DE POESIA" E O BOCA DE CHULÉ

Fábio Campos

O ano era 2001. A rádio Cidade, de propriedade do radialista Fernando Valões, ainda funcionava na travessa Sinhá Rodrigues, num pequeno cubículo, no andar superior de um sobrado de esquina. Marcelo Ricardo, estava em Santana, e com o dinamismo que lhe é peculiar,havia conseguido um espaço naquela emissora comunitária. Ele mesmo idealizou e pôs em prática um programa intitulado “Buchada de Poesia”. E nos fez o convite, a mim, e ao escritor Clerisvaldo B. Chagas para colaborar com o empreendimento que trazia no bojo o reavivamento da nossa cultura e a implantação da Academia Santanense de Letras. Que inclusive foi fundada. Tendo a frente nós três e mais Antonio Machado, o saudoso Adeilson Dantas e o próprio Fernando Valões. Mas não é esse o mote da prosa, portanto vamos a ele.
O Programa no ar. Clerisvaldo B. Chagas, declamava poesias de sua lavra. Eu dava dicas do almanaque SADOL: Folclore, Piadas, Simpatias e conselhos caseiros. Marcelo tirava dúvidas sobre o jurídico e recitava poesia de seu livro. De repente entra um visitante no estúdio,querendo participar do programa quer divulgar seu trabalho um livreco chinfrim, e dele recitar umas poesias. E naquele ambiente apertado e sem ventilação que mal cabia três viventes entra mais um que vale por nós três em largura. Marcelo faz uma cara estranha.A rádio fatura, estão passando os comerciais. Ele pergunta:
-Êi!Será que algum de nós não pisou em merda.
E cuida em verificar o solado dos calçados.
-Eu tento, de relance dizer-lhe através de mímica que o mau cheiro tratava-se do mau-hálito do visitante. Marcelo sai do estúdio e logo retorna com as mãos cheias de balas de hortelã. E efetua a distribuição entre nós. Olha pra mim e com a cara mais lisa do mundo - o programa já voltara ao ar - declara:
-Pronto Fabio um problema foi parcialmente resolvido!Mas você não tem aí uma dica pra "os nossos ouvintes” de como acabar com chulé e suvaqueira!

Fabio Campos 18/11/2009

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