FESTIVO LANÇAMENTO DE LIVROS

Djalma Carvalho

O público que compareceu ao salão de eventos do Maceió Mar Hotel, aqui na Ponta Verde, em 22 de outubro passado, naquela lindíssima noite de autógrafos, superou a expectativa dos autores dos livros e dos próprios convidados. O espaço quase não dava para acomodar tanta gente. Exatamente 440 cadeiras ocupadas.
Não sei se poderia associar a proximidade da IV Bienal do Livro – que seria realizada com sucesso na semana seguinte – ao êxito havido no lançamento dos livros Ventos e Trovoadas e Meninos Danados, Levados (crônicas), o primeiro, de minha autoria, e o segundo, de autoria de José de Melo Carvalho, meu irmão. O certo é que naquela noite foram autografados, respectivamente, 137 e 143 exemplares.
De minha parte, a festa foi motivo de mais uma grande emoção, porque se tratava do sétimo livro que eu publicava e que completava, assim, aquela conhecida conta de mentiroso: sete. Seis livros de crônicas e um de contos. Dirá o leitor que se trata de produção literária até certo ponto razoável para quem escreve por diletantismo, aproveitando a ociosa vida de aposentado. Para mim, nada mais que modesta contribuição às letras de Alagoas e, particularmente, às letras de minha terra, Santana do Ipanema.
Minha emoção, naquela noite, foi bem maior, porque a ela se juntou a emoção do meu irmão José, que publicava seu primeiro livro, estreando, assim, como escritor.
Diria emoção em dose dupla.
Crônicas são retratos do cotidiano, fragmentos de História. Nelas afloram, naturalmente, retalhos de memórias com aquele saboroso gostinho do sentimental, do inconfundível gostinho de saudade. Com toda razão, nesse particular, disse Murilo Mendes, poeta mineiro: “Todos os textos são feitos com pedaços do escritor.”
O título Ventos e Trovoadas nada tem a ver com previsão de tempo, mas tem relação com a sofrida convivência do sertanejo com o fenômeno das secas periódicas que tanto afligem nossa gente nordestina. Como sertanejo, também experimentei o problema da falta d’água no sítio e na própria cidade. Além do mais, considero-me “graduado”, senão com “mestrado”, nessa matéria de seca no Nordeste, porque fui servidor, durante quase cinco anos, do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), no período de 1957 a 1961.
A temática do livro é a mesma: minha cidade natal, com seus costumes, sua história, sua gente, seus valores e suas figuras pitorescas. Fora dessa paisagem, também tratei de outras figuras igualmente engraçadas, com as quais convivi no ambiente de trabalho, como bancário do Banco do Brasil.
Com Meninos Danados, Levados, o novo escritor conta inúmeras histórias do seu tempo de juventude em Santana do Ipanema. Ali, ao lado de um endiabrado grupo de amigos de infância e adolescência, ele praticou peraltices de todo gênero e espécie, que, por certo, divertirão o leitor, da primeira à última página do livro.
É gratificante, portanto, para quem publica livros receber tantos convidados, amigos e intelectuais em marcante e concorrida noite de autógrafos, em evento, afinal, entendido como significativa festa de exaltação às letras e à cultura da terra.

Maceió, novembro de 2009.

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