Acabo de ler em jornal a informação de que o dia 12 de abril é considerado data comemorativa do Dia Nacional do Humorista, justa e belíssima homenagem àqueles dedicados ao humor sadio, à comédia inteligente, ao riso livre e espontâneo.
O Brasil, pelo número de humoristas que já produziu ao longo do tempo, é um país privilegiado nesse particular, cultuando a alegria, a felicidade do riso estampado na face de todas as gerações, da criança ao idoso.
Em assim sendo, circula o humorista, o comediante, no fértil campo da sátira, da paródia, da troça, da zombaria, da ironia, da imitação cômica, do arremedar, do caricato, do burlesco, da censura jocosa.
Nesse caldeirão da alegria, há um nunca acabar de inesquecíveis nomes de humoristas que já se foram e de outros que continuam no palco de teatros, em shows, na tela da televisão, recebendo o aplauso de brasileiros de todas as idades.
Não podemos esquecer, por exemplo, Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho (1931-2012), artisticamente conhecido como Chico Anysio. Nos seus 65 anos de carreira ele criou, personificou e imortalizou 209 tipos, como “Professor Raimundo”, “Alberto Roberto”, “Painho”, “Profeta”, “Vampiro Brasileiro”, “Salomé”, “Prostituta”, e vai por aí afora, em programas da TV Rio, TV Record e Rede Globo de Televisão. Temos que admitir tratar-se do maior humorista brasileiro de todos os tempos.
Ele nasceu na cidade cearense de Maranguape, região metropolitana de Fortaleza, distante daí 27 km, com população estimada (censo de 2010) em 117 mil habitantes. Terra de ilustres filhos, como Capistrano de Abreu, historiador, Elvira Pinho, abolicionista, e o próprio Chico Anysio, compositor, locutor, comentarista esportivo, contador de histórias, ator, produtor, pintor, roteirista, dublador, escritor, apresentador, vascaíno “vira casaca” e genial humorista.
Era filho de dono de empresa de ônibus. Sua mãe chamava-se Haydeé Vianna de Oliveira Paula. Quando tinha oito anos mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Aos 16 anos, submeteu-se a concurso para locutor na Rádio Guanabara, ficando em segundo lugar. Coube ao jovem Sílvio Santos o primeiro lugar.
Na década de 1950 trabalhou nas rádios Mayrink Veiga, Clube de Pernambuco e Clube do Brasil. Ao desligar-se da Rádio Clube de Pernambuco, deixou em seu lugar o alagoano Aldemar Paiva, autor do famoso programa radiofônico “Pernambuco Você É Meu”.
Retornava, então, Chico Anysio para Rio de Janeiro para prosseguir sua vitoriosa carreira no rádio, na televisão e no cinema nacional.
Chico Anysio casou-se seis vezes e teve oito filhos, um dos quais, adotado. Seus filhos: Lug de Paula (Seu Boneco, na Escola do Professor Raimundo), Nizo Neto (ator, comediante), Rico Rondelli (diretor de imagem), Cícero Chaves (DJ), Bruno Mazzeo (ator, escritor), Rodrigo e Vitória (filhos com a ex-ministra Zélia Cardoso de Melo) e André Lucas (adotivo). Faleceu em 23 de março de 1912, aos 80 anos de idade.
Ao resplandecer de suas ironias, sátiras e censuras jocosas, Chico Anysio não esqueceu o mal remunerado professor espalhado pelo Brasil afora. Entre outros personagens, também não esqueceu o político brasileiro com suas virtudes e defeitos. Sua cidade Maranguape sempre esteve presente no seu inteligente humor.
Por certo, o público brasileiro perdeu Chico Anísio, humorista criativo, genial, talentoso.
Maceió, abril de 2023.
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