É assustadora a contundência dos termos do Manifesto Global pela Doença de Alzheimer a ser entregue à OMS pela Associação Mundial de Alzheimer (ADI).
Vejamos, pois, alguns trechos do dramático documento: “Todos os anos, quatro milhões e seiscentos mil casos novos de demência são notificados no mundo: um caso novo a cada sete segundos. Está previsto que em 2050 haverá cem milhões de pessoas com demência no mundo. Nenhum país está preparado adequadamente para lidar com uma crise desta magnitude.”
Este ano, com o slogan “Não há tempo a perder”, a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) divulgará o Dia Mundial da Doença (21 de setembro), instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com informações e atividades sobre esta doença progressiva e degenerativa que ataca o cérebro dos idosos de forma dolorosa e irreversível. No Brasil, a Lei nº 11.736, de 10/7/2009, também instituiu o mesmo dia como o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer.
Como se vê, o objetivo do evento é sensibilizar os governos do mundo inteiro sobre o sério problema de saúde pública, tornando-o prioridade global, e conscientizar a sociedade em geral para cuidar adequadamente dos seus idosos acometidos do terrível mal.
A população mundial está envelhecendo, porque cresce o número de idosos em razão da qualidade de vida dos nossos tempos, de novas tecnologias da medicina, de pesquisas científicas, de vacinas eficazes e de medicamentos milagrosos. Também cresce a doença, que incide sobre 8% dessa população de risco. Estatísticas sugerem que no mundo haja 25 milhões de pessoas com a doença. No Brasil, cerca de um milhão. Em Alagoas, estima-se em 20 mil.
Tudo começa com pequenos ou discretos esquecimentos. Depois, confusão de datas, de tempo, de espaço, de nomes de pessoas amigas, desinteresses por tarefas domésticas e habituais, apatias, diminuição de concentração, depressão, agressividade. A doença acomete, geralmente, as pessoas mais queridas, como pai, mãe, esposa, marido. Não escolhe idade, sexo, cor, nem posição econômica ou social.
Quinzenalmente, reuniões de grupo de ajuda, realizadas em sala especial da Cruz Vermelha, em Maceió, funcionam como bálsamo para as angústias e preocupações dos cuidadores de familiares doentes.
A regional de Alagoas da Abraz promoverá, nos dias 18 e 19 deste mês de setembro, curso para cuidadores, com palestras de médicos, neurologistas, psicólogos, terapeutas e outros especialistas no assunto. Em parceria com membros do Lions e outros voluntários, realizará panfletagem na praia de Ponta Verde, com mais orientações sobre a prevenção e como cuidar da doença.
As drogas no mercado ainda não oferecem perspectivas de cura, apenas podem amenizar o sofrimento do doente, desacelerar as perdas cognitivas e retardar a evolução do mal. Sobre Alzheimer, Parkinson e demência senil, disse Drª Rita Levi-Montalcini, italiana, Prêmio Nobel de Medicina e especialista em Neurocirurgia: “Cura... O que vamos lograr será frear, atrasar, minimizar todas essas enfermidades.”
Que os cientistas, confiantes, prossigam as pesquisas em busca da cura.
Maceió, setembro de 2009.
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