GARGALOS DA EXPANSÃO
(Clerisvaldo B. Chagas, 1º de setembro de 2010)
Não surpreende saber que Arapiraca será metrópole como diz a revista “Veja”. Basta dizer que ela já é realmente uma metrópole estadual. O seu crescimento é extraordinário em todos os setores. Suas terras são férteis, planas, ligeiramente onduladas a se perder de vista. A cidade trabalha na infraestrutura e, seu crescimento físico acelerado, mais novas indústrias e importantes cursos na Educação asseguram o futuro promissor. O importante não é crescer, mas crescer com qualidade de vida.
Em Santana do Ipanema vamos enfrentando o caos que toma conta do trânsito sem busca de vias alternativas. Fomos brindados ultimamente com as estruturas particulares da entrada de Santana pela AL-130. Posto de gasolina e distribuidora no início de quem vem de São José da Tapera, Pão de Açúcar, Senador Rui Palmeira, fizeram uma paisagem digna de uma cidade grande. Está faltando o básico, porém, desse local até o rio Ipanema passando pelas Cajaranas e Conjunto Eduardo Rita. Com asfalto, planejamento e a tão sonhada ponte, cuja ilusão se arrasta desde os anos 50, tudo poderia virar progresso. A região do conjunto que rodeia o serrote do Gonçalinho carece de toda atenção do poder público para se expandir. Uma ponte sobre o rio Ipanema naquela passagem molhada iria dá a mesma força que a ponte General Batista Tubino deu para a criação dos bairros Floresta e Domingos Acácio. Além disso, iria desafogar o trânsito caótico do comércio. A construção de duas ou três pontes menores sobre o riacho Salgadinho acabaria de integrar os dois bairros acima, ajudando no acesso ao hospital novo e ao polo da UFAL, além do incentivo a expansão de povoamento pelo sopé esquerdo do serrote do Cruzeiro. É urgente o alargamento com asfalto da Rua Abdias Teodósio para dá melhor acesso ao Hospital Clodolfo Rodrigues de Melo. Por outro lado, o caminho do hospital novo até o rio Ipanema para o Bairro São José, tem apenas 60 centímetros de largura. Se for alargado esse caminho e construída outra ponte no local, toda a região do Bairro São José iria economizar cerca de 6 km de rodeio, além de desafogar a Ponte Padre Bulhões e o comércio. Em suma, construções de pontes deveriam ser uma das metas de infraestrutura de Santana do Ipanema. Outros terrenos e fazendas que impedem a expansão de Santana devem ser enfrentados pela coragem do planejamento em nome da coletividade. Recentemente, no Bairro Barragem, um proprietário limpou uma boa área de terra para iniciar um conjunto habitacional, cujos terrenos já se encontram à venda. Isso, entretanto, é coisa rara por aqui. Investimentos particulares com estrutura para expansão é pé de cobra, ninguém vê. A cidade quer se expandir, mas está amontoada, sufocada por ideias retrógradas de quem pretende sustar uma avalancha com a mão.
Enquanto isso a sociedade que se diz organizada, vai apenas cuidando do interesse uno. Um exemplo claro que alguma coisa precisa ser feita, é a Festa da Juventude e a de Senhora Santana que não cabem mais na região do comércio. Pense numa cela para dez presos onde estão oitenta! É preciso mentalidade nova e bons profissionais como urbanistas e outros peritos em crescimento e planejamento urbano para que a nossa cidade rompa com esses pontos que a impedem florescer. Para problemas grandes, grandes pensadores. Nem adianta reclamar todos os dias da UNEAL à Barragem, do Lajeiro Grande ao Cachimbo Eterno. Reclamar para quê? É enfrentar com firmeza os GARGALOS DA EXPANSÃO.
* Leia também no blog do autor.
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