BEBER SANGUE
(Clerisvaldo B, Chagas, 2 de setembro de 2010)
Com a retirada das tropas americanas do Iraque, lá se vão sete anos sem vitória. O mundo inteiro sabia que a existência de armas químicas no país de Sadam, era apenas um engodo. Um alvo de teste de armas das poderosas indústrias bélicas do Tio Sam. A população daquele país parece indiferente às invasões realizadas pelos militares. Acostumada às mentiras prévias das autoridades, parece convencida de que a sua pátria é invencível e os demais seres da humanidade são restos ou bárbaros como pensava o império italiano. Até parece que o gringo comum não estuda História e nem Geografia de outros povos. É como se só ele existisse no mundo. Já foi dito nestes trabalhos que é fácil invadir um país, o difícil é sair. Calcula-se em cem mil mortos no Iraque. Mas quando a verdade dos quatro mil cadáveres americanos chegou aos ouvidos indiferentes, começou a cair à popularidade de Obama. Qual foi o resultado dos sete anos de matança? Saem às tropas cabisbaixas como as que saíram derrotadas do Vietnã. E assim sairão também derrotadas as tropas outras que ocupam o Afeganistão. Um país destruído pela guerra, pela fome e pelas catástrofes naturais. Onde irão baixar agora os donos do mundo? É preciso testar mais armas, é preciso matar mais gente. Está aí o Iraque. Continua dividido na iminência de uma guerra civil onde mais pessoas poderão morrer num futuro inglório e sem perspectiva.
É de se pensar como é possível se gastar tanto dinheiro, mesmo para um país rico como os Estados Unidos. Uma guerra, por pequena que seja, é calculada em trilhões de dólares, De onde vem tanta verba dessa fonte que não seca? Naturalmente o americano não tem como se vangloriar das mortes dos miseráveis do Afeganistão. E quando de lá saírem, sairão derrotados como saiu à antiga União Soviética. Quais serão os próximos passos de senhor Barack Obama? Depois do Iraque, Afeganistão, qual será a próxima vítima? Irã, Coreia, Líbano, Venezuela? O gigante viciado em carne humana não vai se contentar com a paz no mundo. Paz não engorda indústrias bélicas. Quando um dos militares afirma que “ninguém liga para história de soldado”, isso pode ser verdade na indiferença dos seus compatriotas. Se alguém escrevesse mil livres ilustrados sobre uma guerra, ainda assim não diria metade dos seus horrores. Os chefes de estado fazem chegar ao seu povo, apenas as notícias que a eles interessam. E a população enriquecida, preocupada apenas em comer, beber e luxar dá de ombros às excentricidades dos chefões.
Não deixa de ser boa, entretanto, a notícia de retirada de tropas do Iraque. Os que voltam para casa geralmente trazem neuroses e traumas que dão trabalho à área médica. Quem participa de combates como aqueles, mudam completamente de vida no seu mundo interior. De hoje em diante é observar o lugar do próximo voo da águia. Ela é feita de penas e bico, mas bem que gosta de atacar o ser humano e BEBER SANGUE.
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