Leio em sites alagoanos, com muita curiosidade, como estão às articulações políticas. Percebo que em várias cidades os grupos que concorrem aos cargos de vereador e prefeito em 2008 já estão definidos. A organização dos grupos com antecedência é muito positiva. Isso significa que já estão estruturando os projetos sociais que executarão na gestão.
Esses projetos deveriam ser os meio que dariam posse aos políticos. Com base no que conheço da política alagoana e sobretudo do sertão, duvido muito que a organização dos grupos partidários seja para elaborar projeto social. Mas acredito que a organização com tanta antecedência é para fisgar os mais abastados da cidade, os que têm sobrenome de político famoso por ter construído duas ou três obras na cidade.
Os grupos se organizam para tratar de projetos pessoais e não projetos sociais. Estamos na época do quanto mais tenho mais quero, quanto mais posso explorar do pobre coitado eu exploro. Que lastima! A política para os filósofos gregos nunca teve essas características. Pelo contrário, era um meio de libertação dos oprimidos. A política na Grécia tratava do que era bem-comum, diferente da que vemos hoje, que só trata do que é pessoal.
Faz alguns anos que não participo da política em minha cidade, mas lembro que nunca vi um político chegar e apresentar um projeto, que favorecesse a comunidade. Agora que tenho mais consciência da realidade me pergunto: Eles nunca apresentaram um projeto de governo por que não têm propostas ou por que não sabem montar um projeto? A pergunta pode parecer uma aporia, mas qualquer crítico faz essa reflexão.
A pergunta surge, visto que conhecemos a realidade do sertão. Vereadores e prefeitos sem escolaridade, pode parecer hilário, mas é verdade, sem capacidade de governar, intelectualmente nem a própria vida. Porém está a seu cerco dinheiro, não importa onde consegue, e pessoas capazes de o projetar na política para mais tarde se apoderar da sua fatia do bolo. A política tornou-se uma troca de favores.
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