Um encanto de cidade

Augusto Ferreira

Lembro-me do dia em que cheguei a Belo Horizonte. Ansiedade, descobertas, desafios talvez exprimam o que realmente eu sentia naquele dia 2 de fevereiro de 2006. Eu sabia que a minha estadia aqui eram de dois anos letivos. Somente hoje me dei conta que já tenho que arrumar as malar e partir. Ir à busca de novos desafios.

Cheguei à cidade de Belo Horizonte sem conhecer absolutamente nada. Nem a faculdade, que seria meu QG pelos dias que ficaria aqui, eu conhecia. Lancei-me! Peguei o ônibus e fui ao centro para conhecer a estrutura da cidade e para fazer o pedido de transferência da minha carteira de motorista, no DETRAN, que estava se vencendo.

Vi pessoas, conheci alguns pontos da cidade e me apaixonei. Sim! Foi paixão a primeira vista. A gentileza, a beleza, o carinho fizeram com que eu percebesse as maravilhas de BH. Uma paixão reprimida. Não podia ainda partilhar com ninguém essa descoberta que mudou minha vida nesta cidade.

A partilha e as declarações de amor só aconteceram mais a frente. Conheci as primeiras pessoas na faculdade. Houve simpatia entre os colegas do curso de filosofia. Mas ainda não me sentia a vontade para falar dos meus sentimentos. Embora meu encantamento continuasse a flor da pele, resolvi entra na academia e treinar duas horas por dia para aliviar o estresse.

Agora eu já conhecia mais gente de Belo Horizonte. A paixão era ainda mais forte. Conheci gente de todo tipo na academia: ricas, pobres, feias, bonitas, homens, mulheres, jovens, velhos... Lá eu podia falar de tudo. Tinha papo cabeça, futilidades... Ao passar do tempo surgiu e fez muito sucesso o slogan publicitário da prefeitura, Eu amo BH radicalmente, em camisetas, faixas, outdoor. Estava aí o que eu queria expressar a muito tempo e não encontrava palavras suficientes para fazer a declaração.

Agora falta pouco para deixar essa cidade de pessoas encantadoras, educadas e, sobretudo com muita humildade no coração. Fiz muitas amizades que serão inesquecíveis. Vivenciei momentos que marcarão minha história. Aprendi que não importa a idade, o credo que confessa e qual o poder aquisitivo. O que importa mesmo é está aberto para partilhar a vida. Agora eu posso dizer publicamente: “Eu amo BH radicalmente”.

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