SINÉSIO, ANDARILHO DO TEATRO
Antonio Machado
A arte de representar é tão antiga quanto o homem na face da terra, cuja habilidade, já se nasce com ela, as escolas de dramaturgia ensinam as técnicas, os moldes, e a performance de se apresentar em público, enquanto a tendência, a vocação é do candidato. Nascido em Cururipe, Sinésio Santos, filho de Ernestina Maria dos Santos e Arlindo José dos Santos, muito cedo passou em residir em Maceió, cursando o fundamental e médio no Colégio Municipal Rui Palmeira, onde desde cedo, despertou a vocação para o teatro alado a poesia, artes estas que lhe estavam no sangue, em que se lhe inseriram na vida, e muitas vezes, o modo de fazer, torna-se mais importante do que aquilo que se faz. A verve poética lhe estava também em seu ser, pois fluía com facilidade. Em 1991, lançou o poeta Sinésio Santos, um livro biográfico sobre o imortal Luiz Gonzaga, em prosa e verso, uma obra antológica, assim escreveu o poeta: “no dia treze de dezembro/ nascia o rei do baião,/ o famoso Luiz Gonzaga,/ o maior cantador do sertão,/ o céu ficou todo azul/ foi na cidade de Exu/ nesse pedaço de chão”. Em Maceió, Sinésio Santos fez parte da ATA (Associação Teatral de Alagoas), ao lado de nomes famosos da dramaturgia alagoana, como Linda Mascarenha, Sabino Romariz, Pedro Onofre, Márcio Passos além de outros monstros do teatro, foi protagonista do filme Casamento de uma Maria, cujo filme foi premiado no festival de Gramados no Rio Grande do Sul. O teatro e a poesia sempre lhe fascinaram, muitos personagens tomaram vida por esse artista do povo, nos palcos de vários lugares, como andarilho do teatro, levando sua arte de representar as cidades interioranas, sempre arrancando aplausos em suas apresentações teatrais, já perdeu a conta das peças que escreveu, dirigiu e encenou, mas cita: “Pano de roda, premiada em São Paulo, Cafundó do juda, Pare a guerra, o soldado morreu, Mãos atadas, O drama de Samaria, e tantas outras, é também diretor e escritor de peças teatrais com relevantes sucessos. Escreveu e lançou Vida, alma e morte de Luiz Gonzaga, O imortal Daone, Cururipe, minha terra, Poço das Trincheiras, paraíso na terra (cordel), além de outras obras. Artista de sete instrumentos, Sinésio Santos, escreve, dirige, representa e faz poesias, mas a vida não lhe amealhou recursos, vivendo de uma aposentadoria magra, e escrevendo e apresentando suas peças teatrais, levando-as para os colégios e escolas para os estudantes, dada a sua versatilidade, às vezes, ministra curso de teatro nos municípios, despertando na juventude o interesse pela arte de representar, e assim vai esse andarilho do teatro, quando a idade já lhe domina os passos, mas ainda carrega forças para fazer seu teatro e escrever suas poesias que tanto gosta, infelizmente, a arte nem sempre é valorizada, a cultura não é vista com bons olhos, mormente para àqueles que tem poder de mando. Cinquenta e cinco anos de teatro, está Sinésio Santos completando, e fazendo o que mais gosta.
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