Diferente é o que não é igual, segundo mestre Aurélio. Diferentes são coisas, animais, objetos, acidentes geográficos, fenômenos da natureza – tudo, afinal. Em se tratando de pessoas, aí sim é que encontramos pessoas diferentes, fora de série. Às vezes dizemos que são pessoas tão diferentes, que tiveram a fôrma jogada fora.
Em viagens que costumamos realizar pelo Brasil e pelo o mundo afora, encontramos pessoas diferentes. Não se trata de referência à beleza delas, ao vestir, à cor, ao credo, ao andar, mas ao especial tratamento dispensado a clientes, sobretudo em agências de viagem, em balcões de aeroporto, em recepções de hotel, em bares, em restaurantes, etc. Aliás, tratamento indispensável no relacionamento humano.
Agora, em recente excursão a Montevidéu e a Punta del Este, no Uruguai, encontramos pessoas realmente diferentes. De início, o especial tratamento dispensado a mim e a Rosineide no Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo, pelo jovem e gentil Filipe, dedicado funcionário da TAM. Perdida a conexão, encarregou-se ele de todas as providências, acompanhando-nos passo a passo pelo gigantesco, movimentado e intrincado aeroporto paulista, deixando-nos confortavelmente em hotel, tudo por conta da referida companhia aérea.
Nos hotéis em que nos hospedamos em Montevidéu e em Punta del Este, também observamos o especial tratamento do pessoal da recepção dispensado à clientela, dando-lhe precisas informações e dicas sobre as cidades visitadas. Pelo sorriso de cada um e pela disponibilidade para prestar as informações solicitadas, concluímos tratar-se, realmente, de pessoas diferentes.
Em Punta del Este, por exemplo, em restaurante na rambla do Rio da Prata, o bem informado e atencioso garçom Pepe mostrou-se ser pessoa diferente, dispensando-nos excelente tratamento e sempre interessado em assunto sobre política, belezas e riquezas do Brasil. Como tal, admirador do Brasil e dos brasileiros.
Em almoço regado ao bom vinho uruguaio, em restaurante no mercado do porto de Montevidéu, fomos recebidos pelo jovem e simpático Raul. À entrada do restaurante, aguardava-nos com taças da deliciosa bebida chamada “meio-meio”, mistura de champanhe e vinho branco. Elegante, de gravata e sem paletó, falava português fluentemente. Ao saber que éramos brasileiros de Maceió, Alagoas, perguntou- nos, de pronto: “CRB ou CSA?”
Pasmem! O jovem uruguaio sabia tudo sobre o futebol de Alagoas, incluindo a posição do ASA, Santa Rita e Corinthians nos campeonatos alagoano e brasileiro.
Tratava-se, afinal, de pessoa diferente, mas pouca coisa nos adiantou sobre o querido Ipanema, time de futebol de Santana do Ipanema...
Maceió, novembro de 2014.
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