Pode-se dizer que a cultura de um povo engloba suas produções literárias, sua linguagem, seu acervo cultural, material e imaterial, seu comportamento na sociedade, sua produção artística, lazer, enfim tudo que diz respeito ao desenvolvimento cultural em beneficio próprio e da comunidade. Uma matéria publicada neste noticioso, na edição do dia 08 de abril passado, diz que Alagoas vai promover o primeiro mapeamento cultural do estado, visando conhecer a cultura existente em cada município, também salvaguardar a cultura do estado. A notícia é alvissareira, oxalá, pois, que a ideia não morra nos gabinetes frios da Secult e chegue ao sertão como um todo, não ficando atrelado a somente duas cidades sertanejas, Pão de Açúcar e Piranhas como que na região só existisse essas duas cidades, como tem acontecido várias e repetidas vezes. Em boa hora a Secult vai se unir ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, que planeja no primeiro momento realizar o levantamento de pontos culturais em todos os municípios dentro de uma política cultural do estado. O projeto inclui também uma parceria com a Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa – Fundeps, da Ufal, que já dispõe de certo acervo nessa área. De acordo com a matéria jornalística os órgãos responsáveis pela pesquisa, estão dimensionados nas áreas: margem do rio São Francisco, região norte, e zona da mata, enquanto o grupo Nordestanças foi desiguinado ficar com o agreste, sertão e bacia leiteira, já a região metropolitana de Maceió ficou com o grupo de Pesquisa Representações do Lugar. Esse mapeamento é deveras importante para que se tenha e se conheça a realidade cultural do estado, desde que seja um projeto deveras abrangente, e que se vá até o fim sem se medir percalços, e no final seja publicado e distribuído um relatório nas escolas, entidades públicas, enfim para que a sociedade tome conhecimento desses valores culturais, que vivem nos ostracismos da história muitos desses valores como poetas, prosadores, aboiadores, folclore, pagode de raiz, artesãos, estão caindo no esquecimento como Evênio da Mulatinha, aboiador, Benedito do Pedrão, poeta, Zequinha Quelé do travessão, Olimpio Sales de Barros, político e poeta, José Orêncio do Tamanduá, estes e outros de saudosa memória, mas deixaram seus legados que podem ser aproveitados, não podemos esquecer o poeta e teatrólogo Sinésio Santos, da Cacimba do Gato que lançou semana passada, o livro Cafundó do Juda. Seria muito saltar que a Secult procurasse parceria com as academias de letras do estado, como ACALA, APALCA, de Palmeira dos Índios, A Academia de Letras de Santana do Ipanema, de São Miguel dos Campos, e Penedo, que certamente esses órgãos culturais têm muita contribuição a oferecer. Espera-se, entretanto, que esse projeto tão importante para Alagoas, mormente nesse resgate da cultura, tirem do esconderijo esses valores que no dia a dia com seu cinzel, caneta e talento escrevem os capítulos dessa terra tão rica em cultura.
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