A arte de escrever nasce com o escritor, não é a escola que induz ao ser humano embora passe a ser peça fundamental e preponderante na vida daquele que se predispõe a ser um das letras, pois a escola ensina todas as regras, estilos, métodos existentes a aqueles que se dedicam às letras, ou mesmo o fazem por simples delantismo dos mais modestos escritores, se quiserem o aperfeiçoamento na bela arte de escreve, deve ser o leitor, digo nos meus escritos, que: “ Quem lê muito, sabe pouco, e quem pouco lê, nada sabe”, daí pois a necessidade que nos temos de ler e ler muito... É difícil tolher a vocação literária.
Com uma bela e delicada dedicatória, recebi dois livros da confreira escritora arapiraquense, professora Marluce Alves, cujas obras são: Com quem ficará Piluca? E por que. Deitei-me a ler, como dizia José Américo de Almeida. Ambas as obras são de cunho sentimental romanceado, adequando-se bem ao estilo sertanejo, amargo e sofrido, porém vivido com paciência tão como o sertanejo, coadunando-se bem a frase do escritor Plínio que sentenciava: “As aulas acostumadas a sofrerem têm paciência infinita”. Com que ficará Piluca? Da escritora Marluce Alves Bispo, não chega a ser um romance, mas um conto romanceado, que prende o leitor, difícil é o leitor parar a leitura da obra no meio, mesmo ela sendo sucinta, é um conto cheio de idas e vindas do sertanejo no seu dia a dia. A pequena obra escrita pela confreira Marluce Alves, hoje, ligada a ACALA., recentemente, torna-se pertinente e tende a crescer, podendo se constituir um grande romance, haja vista o assunto ser elástico na inteligência fecunda da própria professora Marluce ou outra pessoa que se a dentre à ventura de dar continuidade a obra.
No final do conto a autora inseriu uma ficha resumo, com uma série de questionamentos sobre sua obra, levando o leitor a emitir sua opinião tornando a leitura mais prazerosa, tão próprios dos escritores professores.
O outro livro de Marluce Alves, intitulado Por quê? A princípio, tem-se a idéia de uma explicação gramatical do vocábulo “porque”, exceto o interrogativo, isto é, quando se escreve o porquê acentuado está encerrando uma causa, e que a capa do livro propõe, contudo, o conteúdo mostra outra cousa, trata-se de uma coletânea de mais de sessenta crônicas enfeixando com algumas poesias alusivas os seus familiares e pessoas amigas. Sempre exaltando a figura do homenageado, arte tão antiga quando ao de fizer crônicas. Diria, pois, modestamente que a escritora Marluce Alves é autora dos contos pequenos, mas feitos com muito cuidado, mormente, quanto a colocação verbal, toda obra foi escrita na segunda pessoa do singular “ Tu”, seguindo este paradigma gramatical até o fim.
Recentemente Marluce foi descoberta pelo também escritor, Cláudio Olímpio, presidente da ACALA., Academia Arapiraquense de Letras e Artes que a convidou para fazer parte dos membros daqueles sodalício iluminado das letras, local que já congrega uma plêiade de cultuadores das letras. Certamente essa escritora tem novas obras, carecendo, contudo, que venham a lume para que seus leitores possam se deleitar com seus escritos, dada sua facilidade de dizer muito com poucas palavras, fazendo jús ao pensamento de Emerson (1803-1882), que assim escreveu: “é uma prova de alta cultura, dizer as coisas mais profundas de um modo simples”.
Comentários