HISTORIA DO MUNICIPIO NA ESCOLA
Antonio Machado
O conhecimento da história de sua terra, mormente o município, se faz necessário para cada comunícipe, mas infelizmente, poucos conhecem a verdadeira história de sua gleba natal. O poeta telúrico Cassimiro de Abreu (1.839-1.860), escreveu esta quadra tão bonita quanto bela: “ todos cantam sua terra,/ também vou cantar a minha,/ nas débeis cordas da lira,/ hei de fazê-la rainha “. Uma verdadeira obra prima de sua verve poética, exaltando com amor varonil, sua terra amada. Perguntei a uma professora municipal o nome de um acidente geográfico do município, e ela peremptoriamente, respondeu: que não existe. Fiz-lhe ver e sentir que ela, é quem desconhece, mas existem, e muitos, nem sequer a área geográfica ela sabia. O que é uma tristeza. Modestamente, não conto as entrevistas e palestra que tenho dado e proferido nas escolas sobre a origem e a história de meu município. Pesquisei cerca de vinte anos para escrever toda essa odisséia (1800-2010), mais de duzentos anos de história, e ainda não sei tudo, enfeixei tudo em dois compêndios que dormem a sono solto nas gavetas de meu birô, na espera sem esperança que surja alguém para patrocinar a obra. Vários prefeitos e empresários da cidade, ao tomarem conhecimento da existência da obra, entusiasmaram-se, porém nenhum sequer se prontificou a publicá-la, quando o autor quer apenas cinqüenta por cento da venda de seu trabalho, porque seu desejo é ver o livro nas escolas, sendo lido, manuseado questionado pelos estudantes, para conhecerem sua história verdadeira, a saga de Olho d´Água das Flores, porém isto não passa de uma utopia. Mas nas escolas se ensinam de tudo dançar, conhecimentos de doenças transmissíveis, afora as disciplinas curriculares, enfim de tudo um pouco, menos a história de cada município, do município em que o aluno vive e mora, pois é na infância, mormente nos cursos fundamental e médio, que se deve incutir no educando as coisas boas da vida para que ele saiba fundamentar bem sua vida, e escolher uma boa profissão, preparando-se, para sua vida profissional. O imortal Coelho Neto escreveu: “o que se aprende na infância, leva-se ao túmulo”. Pois os sonhos da infância possam perfumar toda existência. Foi o inimitável Cassimiro de Abreu que escreveu esta pérola literária: “as primeiras ilusões da vida, abertas de noite, caem pela manhã como as flores cheirosas das laranjeiras”.
Como seria louvável que se incluísse nos currículos escolares o estudo da História e a Geografia de cada município, propiciando ao formando um conhecimento profundo sobre sua terra. Contou-me um cidadão com certa euforia, que já havia ido cinco vezes ao Juazeiro do Norte. Perguntei-lhe: e quantas vezes visitou, Maceió, a capital de seu estado? Ele me respondeu: nunca fui lá. Para essa resposta sucinta, não existe explicação, haja vista lhe faltar o conhecimento das coisas e das causas de nossa história, isto nunca vai se modificar, por ser um trabalho lento e demorado, porque primeiro precisa do conhecimento do professor, e depois sua conscientização dos valores cívicos que enriquecem e enobrece o ser humano, quando se sabe que a conscientização nas pessoas, são coisas raras. Enquanto isto a escola continua formando sem conhecimento. Contou-se certo jovem que está estudando engenharia, com aulas apenas uma vez por semana, as demais aulas estão no sistema online. Que bom! Essas escolas e faculdades AD a distancia, formam, mas não informam, por isto não temos a escola que queremos (assunto para outro artigo). Vi uma professora formada nos sistemas ad.(a distancia), escrever “pae e mai”(pai e mãe) . Escreveu Sócrates: “diante de certos momentos nos tornamos loquazes.
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