Hidrovia do São Francisco está contemplada em plano estratégico, afirma MT

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por ASCOM-CODEVASF

O governo federal trabalha na elaboração de um plano hidroviário estratégico para o país, que contemplará intervenções na hidrovia do São Francisco. A informação é do coordenador-geral de planejamento da Secretaria de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes (SPNT/MT), Luiz Carlos Rodrigues Ribeiro, um dos palestrantes na tarde desta quinta-feira no seminário sobre o projeto de Corredor Multimodal do rio São Francisco, que acontece até sexta (1º) no Catussaba Resort Hotel, em Salvador.

"Nesse plano estamos inserindo aquelas medidas de grande porte que são necessárias para efetivamente ampliar a participação do modal hidroviário na matriz de transporte brasileira. São medidas técnicas, econômicas, ambientais, institucionais. Quanto vai custar, de onde virá o dinheiro, quem vai implantar, são algumas das questões colocadas", afirmou.

Ele acrescentou ainda que "o transporte hidroviário tem características muito positivas do ponto de vista operacional, do ponto de vista de energia e sobretudo em termos ambientais?. Dados apresentados por Ribeiro indicam que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) investiu até agora R$ 146,4 milhões em intervenções na hidrovia do São Francisco.

De acordo com Ribeiro, o transporte hidroviário responde por 5% do fluxo de cargas no Brasil. O governo federal trabalhava com a meta de fazer subir para 29% a participação de hidrovias e da navegação de cabotagem no país. O plano hidroviário estratégico, que está em fase de elaboração, no entanto, pode provocar uma revisão nessa meta, informou ele.

O seminário é promovido pelo Banco Mundial e pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), com o apoio de Ministério dos Transportes, Ministério da Integração Nacional, Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e Governo do Estado da Bahia. O objetivo do projeto do Corredor Multimodal de Transporte do rio São Francisco é ampliar, integrar e articular as estruturas hidroviária, rodoviária, ferroviária e portuária da bacia hidrográfica do São Francisco.

Dados do Banco Mundial

Técnicos do Banco Mundial apresentaram nesta quinta-feira (31) aos participantes do seminário sobre o projeto de Corredor Multimodal do rio São Francisco dados sobre a estrutura de transporte e o fluxo de produtos na região de influência do Corredor. De acordo com análises do Banco Mundial, 38% do preço do milho para o produtor no Oeste da Bahia, por exemplo, referem-se a custos logísticos; para o caroço de algodão, o percentual é de 35%. Foi considerado, nas análises, o mercado nordestino como destino desses produtos. Nos Estados Unidos, o custo logístico médio é de 8,2%.

De acordo com dados da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), o mercado de soja, farelo de soja, óleo, milho, pluma e caroço de algodão, gipsita e calcário deve crescer em média 3% ao ano até 2035 em regiões de influência do Corredor, o que dobrará o fluxo de cargas em relação às quantidades atuais e exigirá mudanças estruturais na estrutura de transporte.

Especificamente sobre o modal rodoviário, o Banco avalia que há na região do Corredor Multimodal 1.974 km de vias que apresentam incompatibilidade técnica e gerencial com o tráfego de caminhões pesados e que precisam de ajustes. São vias não pavimentadas, com problemas de drenagem ou que têm a superfície deteriorada nos períodos de chuva. Seriam ainda necessários 1.545 km de novas rodovias pavimentadas e trabalhos de revitalização, e aumento de capacidade de outros 1.331 km.

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